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quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

Violência contra a violência do grupo Estado Islâmico, resolve?

Monumento Marco da Paz, Sao Paulo, Brasil

É notório que a crueldade dos extremistas  islâmicos,  tem indignado e revoltado a  opinião pública de diversos países do mundo,  após a onda de atentados  terroristas realizados por aquela rede criminosa, que se auto denomina  Estado Islâmico.  Eles vêm perseguindo e matando cristãos e outras minorias, sequestrando jornalistas internacionais e os executando e fazendo barbaridades, a ponto de muitas igrejas norte-americanas, que foram contra a invasão do Iraque em 2003, agora se pronunciam favoráveis a que os EUA promova ofensivas militares no  oriente Médio, contra o Estado Islâmico.
E ao tomar conhecimento de duas notícias, divulgadas hoje pela agência Reuters,  passei a  crer que a situação, que já é tensa nos EUA  e na Europa,  vai piorar ainda mais.
A primeira :  Crime de Ódio
A primeira notícia foi que três jovens muçulmanos foram mortos por um  atirador perto da Universidade de Carolina do Norte, sendo um  dos jovens, Deah Barakat, 23 anos,  estudante de Odontologia, sua  esposa e  sua irmã.  
A polícia   prendeu  o assassino;  um homem de 46 anos,  mas não conseguiu informar o motivo do crime;  possivelmente seria o chamado Crime de Ódio.  Dois dos mortos usavam trajes muçulmanos.
O massacre aos três jovens,  deixou a comunidade de origem  Árabe nos EUA bastante preocupada pois cresce a cada dia o discurso contra os muçulmanos na sociedade norte-americana.  
Cada crime praticado pelos extremistas do grupo Estado Islâmico, como o de ter queimado vivo um piloto jordaniano que aquele grupo havia sequestrado,  repercute desfavorável  para os praticantes do islamismo na América e na Europa, principalmente.
Políticos e vários formadores de opinião  na  América do Norte e da Europa deixam de entender, ou se fingem de desentendidos, que a facção terrorista  EI - Estado Islâmico,  não representa os integrantes da religião islâmica;   e a onda de ódio só tende a aumentar, infelizmente.
A segunda: Barack Obama quer uma nova Guerra
A outra notícia, para agravar a situação é que o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, encaminhou  ao Congresso nesta quarta-feira um pedido de autorização para uso da força militar na campanha contra o Estado Islâmico, ou seja,  um pedido para iniciar  uma nova Guerra no Oriente Médio.
Ficou óbvio aos olhos do mundo  inteiro e dos próprios norte-americanos que a Guerra dos EUA contra o Iraque, de  2003 até 2011, não chegou nem perto de resolver o problema do terrorismo; pelo contrário, o fez agravar, pois tentaram tratar  a violência  com violência.
O que pensam as igrejas com tradição de  pacifismo cristão.
Obviamente que após as atrocidades cometidas  pelo  grupo Estado Islâmico cada dia cresce mais o desejo de pará-los pois  é muito revoltante a forma como esse grupo  trata suas  vítimas;  e até as vozes dentro das igrejas  estão aceitando como justificável o uso da Guerra para deter  esse terror.    
Sobre esse tema  da legitimidade ou não dessas  intervenções militares no Oriente Médio o Seminário Teológico Bienenberg, de Liestal, Suiça,  pronunciou-se num documento muito honesto, elaborado pelo corpo docente daquela instituição.  
Os mestres de  Bienenberg explicam inicialmente que o seminário faz  “parte da tradição da igreja de paz, cujo compromisso com o pacifismo  remete à vida, morte e ressurreição de Jesus Cristo”.
O documento declara que apesar de também estarem estarrecidos com as ações  do Estado Islâmico,  entretanto continuam crendo que esta situação não invalida as convicções pacifistas,  e particularmente dirigem suas reflexões para todos que reconhecem jesus Cristo como o Príncipe da Paz; e  que entendem o seu mandamento de amar ao inimigo como um chamado às igrejas para testemunhar do reino de Deus  que chegou neste mundo.

Reconhecem que é bem mais fácil dizer certas coisas estando longe dos conflitos violentos, mas em vez de permitir que a impotência e resignação os paralisem, querem continuar envolvidos com humildade e com a ajuda do Espírito de Deus em “buscar a paz”  (Heb. 12.14). Fazem isso unidos em solidariedade às vítimas destes atos sem piedade. Deus, tem piedade!

Veja o teor do documento na íntegra acessando o link abaixo.


Fontes:
3Agencia Reuters