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terça-feira, 23 de abril de 2013

Pela Paz, contra a torpeza da guerra



No poema abaixo   Paz é vista como uma porta que se abre para deixar  a vida passar. 

Vida, tantas vezes  represada  pela  violência.  
Só a paz pode abrir  essas represas e deixar a vida seguir seu curso, como um rio.

Sem paz não há vida! Vida no sentido pleno, no mesmo sentido que  Jesus
nos ofereceu,  a Vida abundante.

O Poema abaixo, da escritora  portuguesa, Natália Correia,  consegue retratar de forma excelente  a importância  da Paz para a verdadeira Vida.

                                                                                                               Claudio Divino Pereira


Ode à Paz

Pela verdade, pelo riso, pela luz, pela beleza, 
Pelas aves que voam no olhar de uma criança, 
Pela limpeza do vento, pelos actos de pureza, 
Pela alegria, pelo vinho, pela música, pela dança, 
Pela branda melodia do rumor dos regatos, 

Pelo fulgor do estio, pelo azul do claro dia, 
Pelas flores que esmaltam os campos, pelo sossego dos pastos, 
Pela exactidão das rosas, pela Sabedoria, 
Pelas pérolas que gotejam dos olhos dos amantes, 
Pelos prodígios que são verdadeiros nos sonhos, 
Pelo amor, pela liberdade, pelas coisas radiantes, 
Pelos aromas maduros de suaves outonos, 
Pela futura manhã dos grandes transparentes, 
Pelas entranhas maternas e fecundas da terra, 
Pelas lágrimas das mães a quem nuvens sangrentas 
Arrebatam os filhos para a torpeza da guerra, 
Eu te conjuro ó paz, eu te invoco ó benigna, 
Ó Santa, ó talismã contra a indústria feroz. 
Com tuas mãos que abatem as bandeiras da ira, 
Com o teu esconjuro da bomba e do algoz, 
Abre as portas da História, 
                               deixa passar a Vida! 

Natália Correia, in "Inéditos (1985/1990)", Portugal




terça-feira, 16 de abril de 2013

PACIFICAÇÃO EM BRASÍLIA



O Distrito Federal, uma das sedes da Copa das Confederações de 2013 e da Copa do Mundo de Futebol de 2014 começou o ano mal, no aspecto violência urbana. Brasília também precisa ser  "pacificada".
Observa-se um aumento alarmante  da violência  no DF, com mais  homicídios  e sequestros relâmpagos.  Em março, em apenas um final  de semana, tivemos pelo menos oito assassinatos. Eles ocorreram em Santa Maria, Planaltina,  Riacho Fundo e  Ceilândia.

No chamado Mapa da Violência - 2013, do Centro Brasileiro de Estudos Latino Americanos, o  DF ocupa o 9º  lugar entre as unidades da federação mais violentas do Brasil; logo abaixo do Rio de Janeiro. Foram 651 mortes "matadas" por armas de fogo em  2010  com crescimento  de 10,2%   na última década.

Bem que os gastos exorbitantes com a construção de um grande Estádio Nacional para a copa do mundo  poderiam  ser utilizados  com mais racionalidade. O fraco futebol candango não demanda um estádio para  72  mil pessoas. Portanto, a obra será subaproveitada nos próximos anos. Mas se os recursos, 1,015 bilhões de reais, dessa obra monumental, fossem revertidos para mais Segurança Pública e principalmente para  Educação, com certeza a população se  beneficiaria com uma cidade mais segura.
A capital que tem a renda per capta mais alta do  País, está  se tornando um paraíso  para o crime organizado  local,  que  cresceu  e  recebeu  reforço  de criminosos  de outras  regiões , atrás  da  alta  renda  da população e  da  frágil  segurança  pública.
O crime do sequestro-relâmpago vem se tornando frequente na cidade e as vítimas, antes escolhidas de acordo com suas condições econômicas, hoje não têm perfil definido. Em 24 dias de março, o Distrito Federal registrou 47 casos de sequestro relâmpago.
  A maioria  dos especialistas em segurança definem a violência  como um problema social, pois enquanto  houver tão grande número  de pessoas  sem acesso à saúde, emprego e educação, não há como mudar a situação.  Mas também o fácil acesso da população às armas de fogo  faz com que  a violência  letal, chegue  a níveis alarmantes. Pois infelizmente, além destas armas serem usadas por maginais  nas suas ações criminosas, elas servem também para muitos cidadãos que querem resolver "na bala" seus conflitos  pessoais, mesmos  os mais banais "acerto de contas".

           O profeta  Jeremias  escreveu "Procurai a paz  da cidade...." Jr. 29.7  Além dos problemas sociais apontados pelos especialistas  existe ainda  o problema do Mal, que afeta o ser humano.  Claro que a melhoria de condições sociais  vai reduzir a violência. Mas somente será  resolvida quando as pessoas entenderem que  a paz é algo íntimo e precisa  ser buscada individualmente.  A maldade é algo inerente  ao ser humano; pessoas educadas,  cultas e de diferentes classes sociais  também  cometem violência passional. Um notório exemplo  disso são assassinatos, chamados crimes passionais cometidos por cônjuges ou amantes das vítimas;  crimes que não escolhem  classe social.

                Fala-se muito sobre implantar uma "cultura de paz" em nosso país. O que muitos desses especialistas não enxergam é que já existe essa cultura  de paz em um segmento  da população. São aqueles que tomaram conhecimento do Evangelho da Paz de Jesus Cristo e abraçaram essa fé. Um povo que existe a mais de dois mil anos, os cristãos. Milhares de cidadãos que, antes de conhecerem o evangelho de Cristo, roubavam, depois  não roubam mais, matavam,  não matam mais, se drogavam ou vendiam drogas, hoje não usam nem fazem parte do tráfico de drogas; e  por que? Porque foram alcançados com a mensagem  da paz em Cristo Jesus e permaneceram nele.
Portanto há milhões de cidadãos no nosso país que participam de celebrações desse Evangelho da Paz. Em casas ou templos, nas periferias ou nos centros, na zona rural ou urbana;  reúnem-se para cultuar. Nestes locais são ensinados a abdicarem da violência como alternativa  para resolver seus conflitos  e a encontrarem outras soluções pacíficas no  diálogo e no perdão aos inimigos e em não retribuir o mal  com o mal.  Ao tomar conhecimento  do evangelho  de paz e abraçar esse evangelho a pessoa  é, portanto,   introduzida  numa cultura de paz. Aquele que passa a ler e praticar esse evangelho é uma pessoa de paz.

Meu incentivo é que cada um comece  pacificando sua  vida, abraçando esse Evangelho da Paz,  contribuindo  para a paz  de sua casa, de sua família,  até  chegar  na paz  de sua cidade, que pode ser Brasília, Rio, Bagdá, Toronto, Nova Iorque, Buenos Aires, Quixeramubim....

"E procurai a paz da cidade, para onde vos fiz transportar em cativeiro, e orai por ela ao SENHOR; porque na sua paz vós tereis paz".  Jeremias 29:7

domingo, 7 de abril de 2013

Nova Lei das Domésticas e a dor de cabeça das patroas


       PEC DAS DOMÉSTICAS 

A nova Lei das empregadas domésticas está esquentando a cabeça  de muitas donas de casa pelo Brasil afora.

A nova Lei entrou em vigor a partir de 3 de abril de 2013 e, com ela, passam a valer os novos direitos.  Essa lei vale também para babás.

Será que vai ficar difícil pra maioria das famílias ter uma empregada doméstica ou babá, após essa nova lei? Com certeza, sim. E tem mais, há quem diga que essa profissão, nesse modelo como temos visto nas últimas décadas, vai  se extinguir.
           
Alguns pontos importantes da lei são as horas extras, a jornada de trabalho e o controle das horas trabalhadas. A jornada passa a ser de 44 horas semanais, ou seja, 8 horas por dia. O horário de almoço não conta nesta jornada. 

 O controle do horário de trabalho deve ser feito tanto pelo empregado quanto pelo empregador. O patrão deve colocar uma folha de ponto para ser assinada diariamente pelo empregado. É importante controlar os horários de entrada, almoço, saída e horas extras.  A residência que tem empregados deverá funcionar como se fosse uma empresa para esses empregados e empregadas.

E ..., patroa, cuidado! Não adianta fazer arranjos, ou acordos informais, por fora, porque quando  a empregada ou babá  resolverem  sair, irão ao sindicato e a senhora vai ter que pagar todos  os direitos, de qualquer jeito.

Mas essa lei, então, foi  aprovada  no Congresso Nacional  para dificultar a vida  das donas de casa? Estão se perguntando algumas mulheres. Há essa grande apreensão porque tem patroas que nem imaginam suas vidas sem uma “secretária do lar” para cuidar da casa; seria humanamente impossível para algumas donas de casa dar conta de tudo  na casa  e ainda ter uma profissão, ou seja, passar oito horas ou mais  trabalhando fora de casa.

Pensando friamente, senhoras, a lei é boa, aliás, é ótima para que seja feita um pouco de justiça para milhões  de trabalhadoras que servem  às famílias brasileiras.

A verdade é que essa Lei tem preocupado tantas donas de casa, a ponto de condenarem a tal da PEC das domésticas, porque as patroas sabem que quanto mais direitos têm de pagar aos empregados, menos chances elas tem de manter sua “secretária”.  E os orçamentos já andam apertados  demais para encarar mais esses gastos.

Mas  porque a ideia de ficar sem uma “doméstica”  seria quase um apocalipse  para muitas famílias da classe média.

Só pra começar a refletir podemos pensar em quem vai lavar, passar, esfregar, cozinhar,  etc., se apenas a mulher que é  dona de casa e a empregada  fazem isso? E a resposta é tão óbvia e tão  simples que parece ridícula!  Ela está em dividir todas estas tarefas com o maridão e os filhos, na falta da "doméstica".  E podem ficar tranquilos homens, não é o fim do mundo, ainda!

É tão óbvia, essa resposta, que muitos  nem conseguem  aceitá-la; porque a nossa  cultura machista, reproduzida a séculos,   não ensina nem treina os homens para que eles sejam igualmente  responsáveis pela limpeza e higiene do ambiente que eles  vivem. Mas, pode ter certeza que para manter uma empregada, muitos pais terão que decidir  tirar o filhinho do inglês, ou da escola particular, ou vender um dos carros e andar mais de metrô, e assim por diante.

As patroas, ou ex-patroas estão nessa crise porque, infelizmente, muitos pais ensinaram a seus filhos que fazer pequenas tarefas domésticas como lavar as louças ou o banheiro, por exemplo, não é um serviço honrado  e, portanto, deve ser realizado  pelos "subalternos". Esse tem sido um grande erro de nossa cultura.

Esquecem, até mesmo a patroas cristãs, que todo serviço é digno, que o próprio Filho de Deus ensinou a enorme importância de servir ,e que aquele que quiser ser grande  seja servo  de todos. E agora, se não conseguirem manter suas “secretárias”, como vão explicar para os “filhotes” que eles também terão que encarar o rodo e a vassoura se quiserem um banheiro limpo.

A boa notícia é que nunca é tarde para aprender a trabalhar e que não existe  trabalho que não seja honrado, inclusive , lavar uma roupa ou passar a bucha  no vaso sanitário!