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sexta-feira, 31 de julho de 2015

Justiça, Paz e Salvação



Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça,  porque serão fartos. (Mt. 5.6)

Por meio desta linguagem figurada se designam o desejo ardente e a necessidade imperiosa da justiça.
O conceito de justiça nos profetas é praticamente sinônimo de paz e salvação (Is 51.5-8). Inclui toda a gama de virtudes que conduzem às relações retas e sãs entre as pessoas e entre o ser humano e Deus.
Esta justiça certamente não é o tipo de moralismo que caracterizava os Escribas e Fariseus. A justiça no pensamento hebraico era um conceito amplo de relações justas, retas e harmoniosas entre as pessoas. Significava o bem-estar no sentido mais amplo. Trata-se de uma vida caracterizada pelo amor, isto é, a disposição de viver para o bem do próximo.

O reino de Deus é reino de “justiça, e paz, e alegria no Espírito Santo” (Rm 14.17).  Assim, pois, a fome e sede de justiça serão satisfeitas nesse reino.

John Driver, do livro Ouça Jesus, Ed. Cristã Unida.

quinta-feira, 2 de julho de 2015

Injustiça não se resolve com esforços violentos


Bem–aventurados os mansos, porque herdarão a terra,   Mt 5.5

O manso é o não-violento, o que confia em Deus e espera nele, a pessoa justa e misericordiosa, o pobre e humilde de Javé, o que não tem outra alternativa senão depender de Deus.  O manso não é alguém a quem falte espírito; não é uma pessoa limitada. Moisés é um exemplo clássico da mansidão; característica que lhe custou quarenta anos de aprendizado no deserto. Em sua juventude ele tinha sido um revolucionário típico.  Ante as injustiças que seu povo sofria nas mãos dos Egípcios, quis defender a causa justa  de seus irmãos por meio de seus próprios esforços violentos. Moisés, porém,  finalmente aprendeu a esperar a voz  de Deus  e a  submeter-se ao domínio de javé. A mansidão é produto da confiança e fé em Deus.   

Quando a história chegar ao seu fim, serão os mansos de Deus,  junto com o seu  Senhor  manso e humilde, que permanecerão e não os homens egoístas e violentos.


Se realmente captássemos essa visão de bem-aventurança,  mudariam nossas  escalas de valores, nosso estilo de vida e também (por que não dizer) uma boa parte de nossa vida e atividade eclesiástica.

Extraído do livro de John Driver, Ouça Jesus; Ed. Cristã Unida

sexta-feira, 26 de junho de 2015

O sofrimento neste mundo e a consolação do reino de Deus


Mãe chora morte do filho no atentado ao shopping no Quenia

Bem-aventurados os que choram, porque serão consolados - Mt 5.4


Os que Choram  - Não se trata de pessoas melancólicas ou chorosas, mas atribuladas. Sem dúvida, parte de sua aflição decorre de sua preocupação com seus semelhantes. Choram os males que sobrevêm ao povo precisamente por sua indisposição de arrepender-se para encontrar sua verdadeira felicidade na comunidade do Messias.
                             Os únicos que experimentarão a consolação autentica do reino são os que não estão bem; os que se sentem incomodados dentro do sistema de coisas que caracteriza o reino deste mundo; que, através do arrependimento angustioso e profundo, mudaram sua escala de valores e encontraram, como consequência, a aflição neste mundo e o gozo do reino de Deus.

John Driver, no livro Ouça Jesus, Editora Cristã Unida

terça-feira, 23 de junho de 2015

Em direção aos pobres



"Bem-aventurados os humildes de espírito, porque deles é o Reino dos céus "     Mateus 5:3

                O conceito tao geralmente aceito e proclamado no ocidente de que o evangelho é um instrumento que impulsiona a mobilidade sócio-econômica para cima (e este fenômeno é especialmente notável entre os evangélicos) é realmente uma tergiversação vergonhosa do Evangelho de Jesus Cristo.  
             
               A mobilidade sócio-econômica para a qual Jesus nos chama é em direção aos pobres. É um chamado para nos orientarmos de acordo com o mesmo espírito de jesus que "a si mesmo se humilhou", "assumindo a forma de servo". (Fp 2.5-8)

                                                                          Extraido do livro  Ouca Jesus, de John Driver

sábado, 20 de junho de 2015

Menina adepta ao Candomblé atingida por uma Pedra


Uma menina de 11 anos, adepta ao Candomblé, caminhava numa  rua com seus trajes brancos, voltando de uma festa da sua religião quando foi atingida por uma pedra na cabeça; e chegou a desmaiar com a pedrada. Alguns  homens supostamente evangélicos, seriam os autores do ataque. O jornal Estadão noticiou que a agressão ocorreu na Penha, Rio, no ultimo domingo, dia 14.  
A família da garota informou que os agressores , eram dois homens  evangélicos que gritavam : “Sai demônio; vão queimar no inferno, macumbeiros.”  
O crime está sendo  investigado  pela Polícia do Rio.

Discípulos Violentos
Certas atitudes de pessoas que se dizem evangélicas  mostram o quanto estão longe do ensino de Jesus Cristo. A interpretação deturpada do evangelho não os deixa enxergar textos tão claros quanto o de Lucas no capitulo nove, onde o evangelista narra uma tentativa de Jesus de passar uma noite numa aldeia de Samaritanos, entretanto eles se recusaram a recebê-lo. Lucas descreve duas reações:

E os discípulos Tiago e joão, vendo isso, disseram: Senhor, queres que digamos que desça fogo do céu e os consuma, como Elias também o fez? Voltando-se, porém, repreendeu-os e disse: Vos não sabeis de que espirito sois. porque o Filho do Homem não veio para destruir as almas, mas para salvá;las. E foram para outra aldeia . (Lc 9.51-56)



Intolerância Religiosa no Brasil
Representantes de movimentos ligados ao candomblé tem feito varias denúncias de episódios de intolerância religiosa; e o caso da garota atingida por uma pedrada no bairro da Penha, é um destes. A violência, nestes casos de intolerância, passa a ser um assunto preocupante para estudiosos  da religião, devido ao aumento de casos desta natureza.
Levantamentos feitos pelo Jornal O Globo, dão conta que denúncias de intolerância religiosa, registradas por adeptos de religiões afro-brasileiras,  recebidas pelo Disque 100, da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência,  aumentou drasticamente de 2013 até 2015 .
Em quase metade dos casos destas  denúncias de intolerância os evangélicos são apontados como autores.
A violência ocorre de três formas. Uma delas é a verbal, na qual praticantes das religiões Afro são xingados de “filhos do Demônio”, por exemplo. Outra forma  seria contra os locais de culto - “terreiros” ou “Casas de Santo” - esta também aparecem nas denúncias. Vários desses lugares de culto da Umbanda e do Candomblé foram invadidos e tiveram imagens dos santos quebradas . Há um caso em que o terreiro foi incendiado mais de uma vez. Além dessas duas  também são denunciadas as agressões físicas, a exemplo da pedrada na garota, na Penha.

Radicalismo da Guerra Espiritual
Por que alguns membros de grupos evangélicos  pentecostais ou neo pentecostais  são sempre os principais suspeitos de violência contra adeptos do espiritismo?
Vou enumerar dois  motivos que seriam os principais:
  1. Historicamente  o grupo pentecostal,   mais antigo, sempre teve uma pregação mais agressiva contra as práticas das religiões de Umbanda e Candomblé, enfatizando que são cultos de invocação de espíritos malignos e, portanto, seriam contrários aos ensinamentos bíblicos;  e quem frequenta essas religiões fica possuído por demônios e precisam  ser libertos. Essa libertação ocorre normalmente em cultos evangélicos quando se confessa unicamente Jesus Cristo como Senhor e se  abandona  as práticas espíritas;  e os demônios são expulsos das pessoas;
  2. Outro ensino, este mais recente,  ganhou o nome de  Guerra ou Batalha Espiritual e influenciou muito os chamados grupos neo-pentecostais.  Esse tipo de teologia interpreta mais radicalmente  a guerra entre exércitos  espirituais de Satanás contra a igreja de Cristo;  e acredita que através de cerimônias simbólicas os demônios podem ser derrotados;  cerimônias, tais como, professar palavras de ordem contra os locais de culto de Umbanda e Candomblé; quebrar imagens; ungir  com óleo as ruas onde os centros espíritas estão localizados; dirigir orações com as  mãos estendidas contra os locais de culto, e outras práticas. 


Obviamente a teologia de Guerra Espiritual, como o nome sugere, possui um caráter beligerante e muitas pessoas  podem interpretar que  a “guerra” deve ser feita não apenas contra os demônios que estariam  presentes naquelas religiões, mas contra seus adeptos  “endemoninhados”.
Mesmo que um cristão perceba que alguém não deseja receber seu Cristo, como citado no texto bíblico acima, isso não justifica hostilizar quem não o aceitou; mas ao contrario, que seja tratado com amor. 
Infelizmente, O Príncipe da Paz tem seu nome usado para justificar a  violência de falsos irmãos ou de pessoas de boa fé, porém, ignorantes. São religiosos que continuam sem entender que o Filho do Homem não veio para destruir, mas para salvar as almas das pessoas.


segunda-feira, 20 de abril de 2015

Violencia envolvendo menores é problema social , sim!


Esteve em Brasília, semana passada,  uma mulher que é um  dos maiores nomes na mudança de política de drogas do mundo, a ex-presidente da Suíça, Ruth Dreifuss. Ela integra um grupo de  líderes da Comissão Global de Políticas sobre Drogas, ao lado de outros ex-presidentes, como nosso ex-presidente e Sociólogo Fernando Henrique Cardoso. Essa Comissão luta para mudar as políticas públicas de drogas no mundo, favorecendo uma abordagem menos punitiva e mais social.

Dreifuss foi a Brasília, dia 16 de abril, para uma palestra sobre o tema na Universidade de Brasília (UnB) e discutiu os entraves e avanços internacionais, fazendo referencia  ao Brasil.
O jornal Correio Brasiliense fez uma reportagem sobre a palestra da qual destaco dois pontos:

Primeiro:  Sobre dificuldades de aplicabilidade de leis no Brasil.
Ao ser   questionada por um dos alunos presentes sobre a aplicabilidade no Brasil  de políticas que funcionaram num pais bem menor que o nosso , no caso a Suíça,  resposta foi a seguinte:
“O motivo para que as políticas públicas não funcionem não tem relação com o tamanho do país, mas sim com a corrupção e a ineficiência de implementação e fiscalização de leis”.

Segundo: Sobre o projeto de lei que  tramita mo Congresso brasileiro  que propõe a redução da maioridade penal de 18 para 16 anos.
Ruth Dreifuss não acredita que a redução diminuiria a violência em nada,  mas que Isso só ajudaria a criar “mini soldados” para o tráfico.
"O que deveria haver é a repressão na guerra ao tráfico, afinal, trata-se de uma organização criminosa. Mas deve-se prender traficantes, mulas, financiadores, e não crianças. Colocar alguém que ainda nem terminou seu desenvolvimento na prisão cria um enorme risco de transformá-lo em um criminoso de verdade, por toda sua vida. Essas crianças devem ter uma chance de um futuro melhor, e prendê-las é interromper essa chance."
Falta Sensatez à maioria aos deputados que apoiam o Projeto
Palestras como esta acima referida  e a troca de experiências  com pessoas como Dreifus, que conseguiu implantar leis que reduziram o tráfico de drogas e, portanto, a violência no seu país, deveriam ser levadas bastante a sério pela sociedade brasileira, principalmente pelos deputados e senadores.

Eu pude acompanhar alguns artigos e debates sobre a questão do projeto que visa reduzir a maioridade penal. O que se observa é que grande parte dos políticos está indo na “onda” da maioria do povo brasileiro  que de forma emocional, pressionado pelo crescimento da violência, exige mais punicáo aos crimes, a qualquer custo. Mas é óbvio que deixando de lado aquele apelo das ruas, e encarando o assunto com a calma e sabedoria que ele exige, chegaremos à conclusao que trata-se de um problema social de nosso país e que este aumento de punicáo não vai resolver de forma alguma.

Mas falar em calma e sabedoria neste atual momento turbulento e insano pelo qual passa o Congresso Brasileiro é parecido com o  pregar no deserto. Que haja diálogo nesse Congresso e que com os novos debates possa  Deus  lançar uma luz sobre esse caso.

Imagem acima do Site da UnB

sexta-feira, 10 de abril de 2015

PEC de redução da maioridade penal - mas não vai reduzir a violência



Impulsionada pela bancada evangélica e pela chamada "bancada da bala", a câmara dos deputados fez avançar a PEC que reduz a maioridade penal de 18 para 16 anos. Foi aprovada na Câmara de Constituição e Justiça na semana passada. 
Eu até entendo que a tal  Bancada da Bala, composta por representantes de policiais civis e militares e delegados, militares reformados, ex-coronéis da PM, tenha votado maciçamente na redução dessa maioridade, mas os representantes dos evangélicos mais uma vez entram em contradição com a fé que professam ou dizem professar. 
O próprio texto da PEC que a dez anos foi encaminhada ao congresso, por outro deputado evangélico, cita textos bíblicos para justificar a redução da maioridade penal. Salomão e Daví são citados como exemplo, além de um texto do profeta Ezequiel que diz "a alma que pecar esta morrerá"; o referido texto do Projeto comenta que o verso bíblico não menciona a idade desta alma. 

         Fora do Contexto
Qualquer estudante de teologia  saberia que os textos acima são citados fora de contexto e quase todo evangélico que estudou minimamente a bíblia  numa das escolas bíblicas dominicais deve ter ouvido um chavão que diz que " texto usado fora do contexto é pretexto". Neste caso, pretexto para que?
No caso dos representantes dos evangélicos ávidos de se mostrarem relevantes para a sociedade querem dar respostas imediatas para grandes problemas que afligem a população,  como o da violência urbana, por exemplo, mas ao invés de enfrentarem os problemas de forma estrutural, buscam soluções imediatistas, para contentar os eleitores. 
Com essas atitudes, cada vez mais, esta frente parlamentar evangélica só prova que suas ações em nada diferem dos demais parlamentares oportunistas.
         
         Sabem o que estão fazendo
Eles e os demais defensores da redução da maioridade insistem num ponto de que adolescentes de 16 anos já sabem o que estão fazendo e que por isso precisam ser punidos. Eu também creio que eles sabem o que estão fazendo, mas isso não justifica ter que mandá-los ao presídio. 
O problema carcerário brasileiro tem sido tema de debates a alguns anos e todos os especialistas concordam que este encarceramento em presídios não restaura ninguém, ao contrário torna mais violentos aqueles que haviam cometido crimes menores.
Colocar adolescentes nestas prisões superlotadas só vai agravar a situação de um sistema em colapso devido à superlotação de penitenciárias, à precariedade das instalações, à violência das facções que dominam os presídios, à falta de higiene e saúde, à corrupcao de agentes publicos , à morosidade do processos no poder judiciário..

Não será por decreto que a violência vai diminuir neste país.
A quantidade de mortes entre jovens e adolescentes no Brasil é muito alta . Alem de serem vitimas de grande violencia  os adolescentes devem também sofrer mais esta violência, ou seja, encarcerá-los sem lhes oferecer uma possibilidade de reeducação? 
Diversos são os argumentos que se tem levantado favoráveis ou contrários ao  projeto, mas especialmente questiono os argumentos bíblicos que estão sendo citados  para defender a redução da maioridade penal
         
         A bíblia e os menores 
A defesa de crianças, viúvos,  órfãos e pessoas mais fragilizadas na sociedade é um dos preceitos básicos da Lei de Moisés e da tradição profética de Israel que apresentava Deus ao lado dos mais fracos e desamparados e abominava as injustiças sociais.

Neste mesmo espirito esse Deus enviou se filho Jesus Cristo, como servo manso e humilde de coração. Jesus amou crianças e  todos os párias sociais e combateu a religiosidade farisaica  que insistia em que devemos interpretar as escrituras não com base na letra da Lei que mata, mas no espírito da Lei que vivifica. 
   
        Espero que as igrejas, ONGs e outros movimentos da sociedade civil e redes de  juventudes que trabalham pela paz e justica social possam dar sua colaboração no debate e mostrar que  este  Projeto de redução de maioridade penal não vai resolver de modo nenhum o problema da violência, mas tão somente  visa melhorar a imagem desgastada da câmara dos deputados diante das cobrancas da sociedade.

quarta-feira, 18 de março de 2015

Manifestações pacíficas - no quintal da Dilma também



O tamanho das manifestações  surpreendeu o governo e até a alguns movimentos organizadores das passeatas contra o governo Dilma no ultimo domingo, dia 15/03. Felizmente, com raros incidentes, a manifestação transcorreu pacífica em todas as cidades.

Os números variam dependendo da fonte que pesquisamos, mas a maioria dos jornais deu uma média de 1,5 a 1,7 milhões  de brasileiros  marchando em protesto.

Cientistas políticos observaram que foi um movimento da classe média brasileira. Isso já torna surpreendente tais manifestações, pois é coisa rara a classe média se manifestar. E se o fez,  desta vez,  não foi somente devido aos escândalos de corrupção  na Petrobras , levantadas pela operação Lava Jato. A classe média foi às ruas, principalmente,  devido ao arrocho  econômico e com um claro sentimento antipetista  que cresce dia a dia, e não apenas na classe média, mas a classe trabalhadora em geral, mostra enorme descontentamento com os rumos que o governo vem dando à economia.

Observou-se que o movimento não foi focado em uma só questão mas variava desde grupos que faziam o pedido de Impeachment da presidente, até alguns grupos que trouxeram faixas de pedido de intervenção militar para acabar com a corrupção.

Aqui em Brasília: 

No quintal da Presidente  Dilma,  a ocupação da esplanada dos ministérios, e a marcha rumo ao Congresso Nacional por cerca de 45 mil pessoas, segundo estimativa oficial,  é bastante simbólica.  O povo  vai diante do centro das decisões politicas para protestar. Que pena que foi domingo,  se fosse em dia de trabalhos legislativos, talvez os políticos presentes no Congresso pudessem  sentir  mais de perto  o clamor das ruas e sentir a pressão popular.

No caso de nossa cidade,  a  insatisfação com  ex-governador  petista Agnelo  pode ter levado ainda mais pessoas às ruas.

A agencia  BBC Brasil  publicou em seu site a opinião de diversos cientistas políticos, e entre eles Leonardo Barreto (da UnB). Segundo Barreto os numeros da manifestação foram inflados pela insatisfação com o último governo do DF, de Agnelo Queiroz (PT), que deixou dívidas de R$ 4 bilhões para a nova gestão de Rodrigo Rollemberg (PSB).
"A experiência do governo estadual ajudou aumentar essa crise. Não que o sentimento anti-PT não existisse, mas foi potencializado. A corrupção é interessante, porque pessoas que possuem postura ideológica contra o governo usam a corrupção para ocultar essa ideologia. A bandeira da ética ajuda muito a camuflar essa ideologia."
Barreto ressalta que a manifestação em Brasília foi ainda mais significativa por reunir um grande número de pessoas contra o governo em sua própria "casa". Mas, segundo ele, a pressão seria bem maior se tivesse acontecido em um dia de semana.
"Está acontecendo no quintal da sua casa, então você se sente mais pressionado. Mas acredito que, se tivesse acontecido em dia de sessão (no Congresso), seria uma repercussão maior. Eles (parlamentares) estariam aqui", destacou Barreto.
"Lembro que, nas manifestações de 2013, conversei com alguns deputados e eles disseram que se sentiram acuados mesmo, que ficaram com medo da pressão popular”
Novas manifestações estão marcadas  para próximo  mês de Abril. Até lá, se o governo não tomar alguma medida que volte atrás no arrocho aos trabalhadores,  esse número de manifestantes  poderá aumentar ainda mais, pois não será apenas a classe média a se manifestar, mas as classes mais baixas vao  engrossar essas fileiras.

Mas torcemos e oramos para que o clima de paz continue presente nas manifestações. 

domingo, 8 de março de 2015

Dia da Mulher - A Espiritualidade da Mulher



A espiritualidade da mulher  é pouco lembrada no chamado  dia internacional da mulher,   oito de março.

Mulheres tem uma capacidade especial de suportar a dor e o privilégio de serem mães . Desenvolvem uma espiritualidade protetora que combina tão bem com o instinto materno. Querem tanto o bem dos filhos e filhas e marido que recorrem  a Deus para protegê-los quando elas não podem estar por perto. São elas as que mais investem tempo em intercessão pelas suas famílias, igrejas e obras missionárias  da igreja de Cristo.  Mulheres  estão  em maior número nos campos missionários. Em locais onde o governo proíbe o anúncio do evangelho elas conseguem fazer este trabalho como voluntárias ou profissionais  de enfermagem, servindo em escolas e creches, lares para idosos, abrigos diversos.  Mulheres se sacrificam muito pelo Reino de Deus; e o fazem com amor.

Neste século vinte e um, as missionárias continuam desafiando as ameaças de morte em diversos  países onde os cristãos são perseguidos e temos muitas mártires em nosso século a semelhança de suas antecessoras na história do cristianismo.

Quero lembrar as mulheres mártires anabatistas.  Durante o período da reforma protestante na Europa:
“Os anabatistas do século dezesseis foram obrigados a levar a cabo a missão à margem das leis vigentes.  Não apenas sobreviveram na clandestinidade, mas se atreveram a evangelizar sob condições extremamente adversas.  Os locais  de trabalho chegaram a ser contextos prediletos para esta atividade. Sob estas condições difíceis, as mulheres foram muitas vezes as evangelistas mais efetivas. A terça parte dos mártires anabatistas foram mulheres”. (1)
 As esposas dos condenados à morte continuavam a apoiá-los, antes e durante as execuções  para que não negassem a sua fé em Cristo, mesmo diante da tortura e da morte.

Uma das mártires daquele século foi a esposa de Michael Sattler, ex-abade beneditino que se tornou anabatista.

Ao sair da ordem católica beneditina  e mesmo antes de unir-se aos anabatistas, Sattler,  casou-se com uma moça convertida ao protestantismo, ex-freira, da qual poucas informações nós temos hoje, mas as que possuímos mostram como aquela mulher foi firme na sua fé e tornou-se uma das primeiras mártires da reforma radical, Anabatista:

O casal Sattler aderiu aos anabatistas. Mas a igreja aliada ao estado capturou o casal : foram  presos e condenados à morte, por suas crenças em Cristo; acusados de hereges por aderirem aos anabatistas e não aceitarem, entre outras coisas,  o batismo infantil . Michael Sattler foi torturado e queimado vivo numa estaca.

Durante os oito dias seguintes à morte do marido aquela mulher  foi coagida e ameaçada de morte caso não se retratasse com as autoridades.  Outros homens e mulheres, presos como ela, se retrataram em Rottemburg e renunciaram, com dois dedos postos na bíblia , afirmando  que o batismo infantil está correto e que o sangue e a carne de Cristo estão sim nos sacramentos,   nos elementos da Ceia,  que a igreja romana está correta. Estes que renunciaram foram libertos. Mas a esposa de Sattler não se retratou e nem renunciou suas crenças.

Numa quarta-feira, aquela  mulher foi levada ao rio Neckar, Alemanha, onde foi executada por  afogamento. Milhares de pessoas testemunharam que  foi com grande gozo e forte fé que ela aceitou e sofreu a morte.  (2)

O testemunho e o martírio fazem parte do caminho da cruz, escolhido por Cristo e por tantas seguidoras que com seus exemplos de discípulas de Cristo enchem o mundo de mais amor, esperança, fé e muita coragem. 

(                    (1) Driver, John . Comunidades  Radicais:  Espiritualidade Crista de ontem para hoje. Rio de Janeiro: Novos Diálogos,  2011.
(                                 (2)  Dyck, Cornélius J. Uma introdução à História Menonita. Campinas,SP: Cristã Unida


(

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

Violência contra a violência do grupo Estado Islâmico, resolve?

Monumento Marco da Paz, Sao Paulo, Brasil

É notório que a crueldade dos extremistas  islâmicos,  tem indignado e revoltado a  opinião pública de diversos países do mundo,  após a onda de atentados  terroristas realizados por aquela rede criminosa, que se auto denomina  Estado Islâmico.  Eles vêm perseguindo e matando cristãos e outras minorias, sequestrando jornalistas internacionais e os executando e fazendo barbaridades, a ponto de muitas igrejas norte-americanas, que foram contra a invasão do Iraque em 2003, agora se pronunciam favoráveis a que os EUA promova ofensivas militares no  oriente Médio, contra o Estado Islâmico.
E ao tomar conhecimento de duas notícias, divulgadas hoje pela agência Reuters,  passei a  crer que a situação, que já é tensa nos EUA  e na Europa,  vai piorar ainda mais.
A primeira :  Crime de Ódio
A primeira notícia foi que três jovens muçulmanos foram mortos por um  atirador perto da Universidade de Carolina do Norte, sendo um  dos jovens, Deah Barakat, 23 anos,  estudante de Odontologia, sua  esposa e  sua irmã.  
A polícia   prendeu  o assassino;  um homem de 46 anos,  mas não conseguiu informar o motivo do crime;  possivelmente seria o chamado Crime de Ódio.  Dois dos mortos usavam trajes muçulmanos.
O massacre aos três jovens,  deixou a comunidade de origem  Árabe nos EUA bastante preocupada pois cresce a cada dia o discurso contra os muçulmanos na sociedade norte-americana.  
Cada crime praticado pelos extremistas do grupo Estado Islâmico, como o de ter queimado vivo um piloto jordaniano que aquele grupo havia sequestrado,  repercute desfavorável  para os praticantes do islamismo na América e na Europa, principalmente.
Políticos e vários formadores de opinião  na  América do Norte e da Europa deixam de entender, ou se fingem de desentendidos, que a facção terrorista  EI - Estado Islâmico,  não representa os integrantes da religião islâmica;   e a onda de ódio só tende a aumentar, infelizmente.
A segunda: Barack Obama quer uma nova Guerra
A outra notícia, para agravar a situação é que o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, encaminhou  ao Congresso nesta quarta-feira um pedido de autorização para uso da força militar na campanha contra o Estado Islâmico, ou seja,  um pedido para iniciar  uma nova Guerra no Oriente Médio.
Ficou óbvio aos olhos do mundo  inteiro e dos próprios norte-americanos que a Guerra dos EUA contra o Iraque, de  2003 até 2011, não chegou nem perto de resolver o problema do terrorismo; pelo contrário, o fez agravar, pois tentaram tratar  a violência  com violência.
O que pensam as igrejas com tradição de  pacifismo cristão.
Obviamente que após as atrocidades cometidas  pelo  grupo Estado Islâmico cada dia cresce mais o desejo de pará-los pois  é muito revoltante a forma como esse grupo  trata suas  vítimas;  e até as vozes dentro das igrejas  estão aceitando como justificável o uso da Guerra para deter  esse terror.    
Sobre esse tema  da legitimidade ou não dessas  intervenções militares no Oriente Médio o Seminário Teológico Bienenberg, de Liestal, Suiça,  pronunciou-se num documento muito honesto, elaborado pelo corpo docente daquela instituição.  
Os mestres de  Bienenberg explicam inicialmente que o seminário faz  “parte da tradição da igreja de paz, cujo compromisso com o pacifismo  remete à vida, morte e ressurreição de Jesus Cristo”.
O documento declara que apesar de também estarem estarrecidos com as ações  do Estado Islâmico,  entretanto continuam crendo que esta situação não invalida as convicções pacifistas,  e particularmente dirigem suas reflexões para todos que reconhecem jesus Cristo como o Príncipe da Paz; e  que entendem o seu mandamento de amar ao inimigo como um chamado às igrejas para testemunhar do reino de Deus  que chegou neste mundo.

Reconhecem que é bem mais fácil dizer certas coisas estando longe dos conflitos violentos, mas em vez de permitir que a impotência e resignação os paralisem, querem continuar envolvidos com humildade e com a ajuda do Espírito de Deus em “buscar a paz”  (Heb. 12.14). Fazem isso unidos em solidariedade às vítimas destes atos sem piedade. Deus, tem piedade!

Veja o teor do documento na íntegra acessando o link abaixo.


Fontes:
3Agencia Reuters


sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

Dia Mundial da Não Violência e da Paz


Pesquisadora da  UFPA, a professora Kátia Mendonça, da Faculdade de Ciências Sociais, fala sobre o dia mundial da Não Violência e da Paz. Dia Mundial da Não Violência e da Paz. Eu achei muito interessante que ela abordasse o tema da espiritualidade na questão da Não Violência, por isso  postei a entrevista na íntegra.
Claudio D. Pereira

 Em homenagem ao líder religioso hinduísta Mahatma Ghandi, é comemorado, em 30 de janeiro, o Dia Mundial da Não Violência e da Paz. A data foi escolhida por ter sido neste dia em que o líder foi assassinado por um fundamentalista hindu, em 1948. Ghandi é mundialmente conhecido pela sua militância em favor da paz e foi um dos grandes precursores do conceito de Não Violência. 

Esfera transcendental - O conceito, ou melhor, a ação da Não Violência começou a tomar forma na primeira metade do século XX, nos movimentos políticos e sociais liderados por Ghandi. Este conceito envolve não apenas uma esfera política, mas também uma esfera transcendental, sendo encontrado em várias manifestações, como o cristianismo, o budismo, o hinduísmo e a umbanda.
“Para Gandhi, o ahimsa - o termo, em sânscrito, para não violência - era um tipo de comportamento marcado pela ação orientada para não causar dano e prejuízo ao outro”, explica a professora Kátia. 

Paz e Não Violência - Ainda de acordo com a professora, a diferença entre a não violência e a paz está, justamente, no fato de a primeira ser um ato individual ou social que se baseia em não responder também agressivamente às agressões de outros e não causar-lhes danos. Neste caso, a não violência poderia ser um meio pelo qual se pode chegar à paz, mas não à paz em si e nem uma garantia dela.

A paz “é um estado de harmonia e de equilíbrio que pode ser interno e/ou externo, mas, antes de tudo, exige um diálogo com o Transcendente – ‘Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vô-la dou como o mundo a dá’ - João 14:27”, explica a professora.

Entretanto, além do campo religioso ou político, a não violência demanda uma mudança interna real daqueles que participam de conflitos. “Esse era o sonho, não realizado, de Gandhi para a Índia. Enquanto ficar no plano de uma simples técnica de manipulação política, sem a mudança interior dos participantes do processo, estará sempre sob risco de perder-se e de voltarem os conflitos e a violência”, conta.
Círio - Não é incomum vermos barbaridades no noticiário local, como assaltos, assassinatos, intolerância. Apesar de esses acontecimentos povoarem os medos de muitos dos paraenses, a professora acredita que o Círio de Nazaré é um bom exemplo de um momento de não violência no Estado, já que é pequeno o número de ocorrências policiais nos dias de procissão, por exemplo.
A professora acredita que falta ao Pará manter, nos outros dias do ano, esse “espírito” de não violência que surge na época do Círio. “Eu gostaria de apontar o papel importante das lideranças religiosas - católicas, espíritas, protestantes, umbandistas etc - para uma educação para a paz. Ela é nada mais do que transformar a não violência em uma prática vinculada a uma espiritualidade, que, antes de tudo, aceita o outro em seu culto e religiosidade diferentes, portanto, não fundamentalista.”
Imagem e informação – Muitos pensadores já diziam que vemos em uma sociedade do espetáculo, na qual somos “bombardeados” com imagens e informações em nível extremamente elevado e de qualidade duvidosa. De acordo com a professora Kátia, é justamente uma reeducação do homem na era da imagem e da informação um dos pontos importantes para que a sociedade se torne menos violenta.

“Uma reeducação da família e das crianças é o primeiro passo. Entretanto ressaltemos, ela é difícil em uma sociedade que cultua Big Brother, telenovelas etc. e tem sua vida orientada por isso”.
Corrupção - Uma mudança no quadro de corrupção política no país também é essencial, segundo a professora, já que crimes como desvio de verbas para a saúde, a educação e a moradia também são violência.
“Além disso, a corrupção é um tipo de comportamento que educa as pessoas, no âmbito político, a também serem corruptas e violentas. Logo, a mudança rumo à paz envolve famílias, jovens, crianças e políticos. Uma tarefa interminável, incessante, que exige, de cada um de nós, um esforço e mudança muito grandes, mas não impossíveis. As grandes matrizes religiosas estão aí para nos lembrar, e o cristianismo - por estarmos no Ocidente - muito mais, pois dele provem o maior testemunho da misericórdia de Deus em relação ao homem, que é Jesus. Retomar o contato com o Criador poderá conduzir a Criatura a encontrar o rumo que perdeu, com o qual a humanidade, por fim, chegará à paz”, encerra a professora.

Texto: Dilermando Gadelha – Assessoria de Comunicação da UFPA

sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

Falta de clemencia para o brasileiro Marco Archer


Lamento muito a falta de clemencia e de coerência do governo da Indonésia, que executou o brasileiro Marco Archer com um tiro no peito,  no último domingo, dia 18 . 

Após a execução da pena de morte o Procurador-Geral daquele país pediu respeito às leis do país, em resposta às críticas internacionais recebidas pela execução de seis réus de diferentes nacionalidades. Muitos comentários nas redes sociais do Brasil compartilham da mesma ideia do Procurador alegando que : “se existe lei tem que ser cumprida!” 

Então tá!.  Então vamos ver como eles aplicaram as tais “leis” na última década?
- As autoridades da Indonésia soltaram 800 terroristas condenados por um atentado em 2002, em Bali, no qual foram mortas 202 pessoas; a maioria dos mortos eram estrangeiros. Naquele caso tiveram clemencia, ou “perdoaram” os terroristas;
- Mas agora, ignorando pedidos de clemencia, executaram condenados estrangeiros, inclusive o brasileiro. 
Dois pesos e duas medidas! 

Por essa contradição já percebe-se que essa “lei” não merece respeito. Pelo contrário , essa hipocrisia merece, sim, ser condenada e desmascarada.

Todos sabemos que o brasileiro Marco Archer cometeu o delito de traficar drogas; mas isso não significa que ele deixou de ser uma pessoa humana, criada por Deus.  Inclusive Deus o ama também;  e só Deus teria o direito de tirar-lhe a vida. Mas parece que esse ponto teológico é difícil de muitos aceitarem.

Além do mais; para reflexão dos defensores de pena de morte vale a pena pensar:  se a pena de morte resolvesse o problema de drogas os Estados Unidos, que adota essa pena, seria um país livre dos traficantes e dos crimes que envolvem o uso e o trafico de entorpecentes.  Mas todos sabemos que não é assim por lá..

segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

Massacres na Europa de ontem e de hoje.


Franceses vão às ruas em apoio contra terrorismo

Neste mês em que igrejas  de tradição  anabatista, ao redor mundo, comemoram o marco inicial da chamada Reforma Radical, com enfase pacifista, segundo o modelo de Jesus, o mundo está abalado com atentados terroristas. Pode-se dizer que a Europa vive uma guerra "velada" contra os imigrantes  de origem árabe ou descendentes de árabes nascidos no velho continente.  Mais adiante neste artigo falarei um pouco sobre essa tendencia a uma islamofobia européia.

A data a que me referi acima  é a de uma  reunião de oração em Zuric, Suiça, em 21 de janeiro de 1525 que  é considerada o marco inicial da Reforma Anabatista;  uma reforma radical que teve como uma das principais bandeiras a paz e não violência. Naquela data foi  deflagrado o movimento do Anabatismo como uma igreja visível de crentes, com ênfases distintas tanto do catolicismo romano, quanto do Protestantismo emergente.Ela é chamada Reforma Anabatista ou Reforma Radical . Anabatistas significa rebatizadores.

Uma parte de uma antiga carta escrita possivelmente em 1530, portanto, pouquíssimos anos depois da citada reunião de oração, é transcrita abaixo; originalmente escrita em Holandes, o texto é  extraído do livro Uma Introdução à História Menonita, de Cornélios J. Dick, Editor:
"Assim também o acima mencionado Felix Mantz, que foi o primeiro; foi afogado em Zurique, Wolfgang Uliman foi queimado em Walzem com dez outros, inclusive seu irmão, que era seu companheiro. Ele foi o sétimo.Depois dele um clérigo chamado Hans Pretle (Johan Brotli), que também era nosso servo no país. E assim ele se divulgou através da perseguição, como Miguel Satler e muitos de seus parentes. Assim também Melchior Veit, que era companheiro de George Blaurock, foi queimado em Dracha."
Naquele século XVI os Anabatistas foram a "bola da vez" na Europa, pois tanto  Estados Protestantes quanto Católicos os perseguiram e mataram até que se reduziram a pequenas comunidades que escaparam de ser  dizimadas. 

Durante a segunda guerra mundial  foi a vez  dos judeus. O antissemitismo chegou ao auge  com Hitler na Alemanha , com  grande colaboração do estado francês que deportou  milhares  de judeus para os campos de concentração nazistas. Estima-se que seis milhões de judeus morreram vítimas do nazismo.

Agora, infelizmente, está  chegando  a vez dos muçulmanos europeus enfrentarem a mesma  fúria, principalmente do governo francês. 

Após o atentado à revista Charlie Hebdo, executado por dois franceses descendentes de argelinos, neste mês  de janeiro,  o  governo francês, seguido pela Bélgica e Alemanha, decretou  alerta máximo  contra  possíveis atentados terroristas, organizados por radicias islâmicos. 

Nessas horas, cegos de ódio e com fome de vingança os chefes de Estado não conseguem ou não tem interesse em   fazer separação entre quem são estes "radicais islâmicos", que utilizam o terrorismo,  e a população de descendência árabe,  pacífica, praticante do islamismo.  Assim todo povo árabe que mora na Europa e outros imigrantes de pele morena  passam a sofrer discriminação, retaliações e correm risco de morte. 

Que haja bom senso dos Estados  europeus para que o mundo não  sofra outro massacre.









sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

Somos todos Charlie Hebdo




Je Suis Charlie. Desde o ataque à revista francesa Charlie Hebdo , ocorrido dia 7, milhares de pessoas na França, Bélgica e em diversos outros países,  foram às  ruas, levantando cartazes com a frase “Je suis Charlie”,  eu sou Charlie.
O ataque foi um ato terrorista bárbaro, que resultou em doze mortos e  que assustou a Europa e boa  parte do mundo, e vem recordar a todos  que o conflito religioso entre os  muçulmanos e o ocidente continua sem solução. Este atentado foi mais um degrau num conflito que não é novo.

O site da revista Ultimato, www.ultimato.com.br, do dia 08.01.15  nos traz à memória um outro ataque a editores ocorrido em  abril de 2007, na Turquia. Naquela ocasião radicais muçulmanos atacaram a sede da Editora Zirve, na cidade de Malatya e assassinaram três pessoas. Zirve é uma editora que produz e distribui  livros cristãos e Bíblias na Turquia. As três vítimas, dois turcos e um alemão, foram encontradas com as mãos e os pés atados e a garganta cortada.
 
Como cristãos ficamos ainda mais chocados com essas notícias pois elas  residem  num contexto religioso de ódio e intolerância que não condiz com os ensinamentos do evangelho de Cristo, um evangelho de amor e paz.  

Autoridades muçulmanas se manifestaram contra o ataque. Assem Shalaby, presidente da Associação de Editores Árabes, o condenou com as seguintes palavras:

"este ataque perverso é contrário aos princípios do Islã e à mensagem de seu profeta."
"Este é um horrível crime cometido contra a humanidade, a liberdade de expressão, o Islã e os muçulmanos", disse Ibrahim El Moallem, presidente da Dar El Shorouk, a maior editora de livros árabe. "É um ataque contra a civilização".


Nossa oração a Deus é que Ele console as famílias dos editores franceses assassinados e que os cristãos na França e Europa aceitem o desafio de amar e continuar dialogando com  os muçulmanos e trabalhar pela paz.