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quarta-feira, 18 de março de 2015

Manifestações pacíficas - no quintal da Dilma também



O tamanho das manifestações  surpreendeu o governo e até a alguns movimentos organizadores das passeatas contra o governo Dilma no ultimo domingo, dia 15/03. Felizmente, com raros incidentes, a manifestação transcorreu pacífica em todas as cidades.

Os números variam dependendo da fonte que pesquisamos, mas a maioria dos jornais deu uma média de 1,5 a 1,7 milhões  de brasileiros  marchando em protesto.

Cientistas políticos observaram que foi um movimento da classe média brasileira. Isso já torna surpreendente tais manifestações, pois é coisa rara a classe média se manifestar. E se o fez,  desta vez,  não foi somente devido aos escândalos de corrupção  na Petrobras , levantadas pela operação Lava Jato. A classe média foi às ruas, principalmente,  devido ao arrocho  econômico e com um claro sentimento antipetista  que cresce dia a dia, e não apenas na classe média, mas a classe trabalhadora em geral, mostra enorme descontentamento com os rumos que o governo vem dando à economia.

Observou-se que o movimento não foi focado em uma só questão mas variava desde grupos que faziam o pedido de Impeachment da presidente, até alguns grupos que trouxeram faixas de pedido de intervenção militar para acabar com a corrupção.

Aqui em Brasília: 

No quintal da Presidente  Dilma,  a ocupação da esplanada dos ministérios, e a marcha rumo ao Congresso Nacional por cerca de 45 mil pessoas, segundo estimativa oficial,  é bastante simbólica.  O povo  vai diante do centro das decisões politicas para protestar. Que pena que foi domingo,  se fosse em dia de trabalhos legislativos, talvez os políticos presentes no Congresso pudessem  sentir  mais de perto  o clamor das ruas e sentir a pressão popular.

No caso de nossa cidade,  a  insatisfação com  ex-governador  petista Agnelo  pode ter levado ainda mais pessoas às ruas.

A agencia  BBC Brasil  publicou em seu site a opinião de diversos cientistas políticos, e entre eles Leonardo Barreto (da UnB). Segundo Barreto os numeros da manifestação foram inflados pela insatisfação com o último governo do DF, de Agnelo Queiroz (PT), que deixou dívidas de R$ 4 bilhões para a nova gestão de Rodrigo Rollemberg (PSB).
"A experiência do governo estadual ajudou aumentar essa crise. Não que o sentimento anti-PT não existisse, mas foi potencializado. A corrupção é interessante, porque pessoas que possuem postura ideológica contra o governo usam a corrupção para ocultar essa ideologia. A bandeira da ética ajuda muito a camuflar essa ideologia."
Barreto ressalta que a manifestação em Brasília foi ainda mais significativa por reunir um grande número de pessoas contra o governo em sua própria "casa". Mas, segundo ele, a pressão seria bem maior se tivesse acontecido em um dia de semana.
"Está acontecendo no quintal da sua casa, então você se sente mais pressionado. Mas acredito que, se tivesse acontecido em dia de sessão (no Congresso), seria uma repercussão maior. Eles (parlamentares) estariam aqui", destacou Barreto.
"Lembro que, nas manifestações de 2013, conversei com alguns deputados e eles disseram que se sentiram acuados mesmo, que ficaram com medo da pressão popular”
Novas manifestações estão marcadas  para próximo  mês de Abril. Até lá, se o governo não tomar alguma medida que volte atrás no arrocho aos trabalhadores,  esse número de manifestantes  poderá aumentar ainda mais, pois não será apenas a classe média a se manifestar, mas as classes mais baixas vao  engrossar essas fileiras.

Mas torcemos e oramos para que o clima de paz continue presente nas manifestações. 

domingo, 8 de março de 2015

Dia da Mulher - A Espiritualidade da Mulher



A espiritualidade da mulher  é pouco lembrada no chamado  dia internacional da mulher,   oito de março.

Mulheres tem uma capacidade especial de suportar a dor e o privilégio de serem mães . Desenvolvem uma espiritualidade protetora que combina tão bem com o instinto materno. Querem tanto o bem dos filhos e filhas e marido que recorrem  a Deus para protegê-los quando elas não podem estar por perto. São elas as que mais investem tempo em intercessão pelas suas famílias, igrejas e obras missionárias  da igreja de Cristo.  Mulheres  estão  em maior número nos campos missionários. Em locais onde o governo proíbe o anúncio do evangelho elas conseguem fazer este trabalho como voluntárias ou profissionais  de enfermagem, servindo em escolas e creches, lares para idosos, abrigos diversos.  Mulheres se sacrificam muito pelo Reino de Deus; e o fazem com amor.

Neste século vinte e um, as missionárias continuam desafiando as ameaças de morte em diversos  países onde os cristãos são perseguidos e temos muitas mártires em nosso século a semelhança de suas antecessoras na história do cristianismo.

Quero lembrar as mulheres mártires anabatistas.  Durante o período da reforma protestante na Europa:
“Os anabatistas do século dezesseis foram obrigados a levar a cabo a missão à margem das leis vigentes.  Não apenas sobreviveram na clandestinidade, mas se atreveram a evangelizar sob condições extremamente adversas.  Os locais  de trabalho chegaram a ser contextos prediletos para esta atividade. Sob estas condições difíceis, as mulheres foram muitas vezes as evangelistas mais efetivas. A terça parte dos mártires anabatistas foram mulheres”. (1)
 As esposas dos condenados à morte continuavam a apoiá-los, antes e durante as execuções  para que não negassem a sua fé em Cristo, mesmo diante da tortura e da morte.

Uma das mártires daquele século foi a esposa de Michael Sattler, ex-abade beneditino que se tornou anabatista.

Ao sair da ordem católica beneditina  e mesmo antes de unir-se aos anabatistas, Sattler,  casou-se com uma moça convertida ao protestantismo, ex-freira, da qual poucas informações nós temos hoje, mas as que possuímos mostram como aquela mulher foi firme na sua fé e tornou-se uma das primeiras mártires da reforma radical, Anabatista:

O casal Sattler aderiu aos anabatistas. Mas a igreja aliada ao estado capturou o casal : foram  presos e condenados à morte, por suas crenças em Cristo; acusados de hereges por aderirem aos anabatistas e não aceitarem, entre outras coisas,  o batismo infantil . Michael Sattler foi torturado e queimado vivo numa estaca.

Durante os oito dias seguintes à morte do marido aquela mulher  foi coagida e ameaçada de morte caso não se retratasse com as autoridades.  Outros homens e mulheres, presos como ela, se retrataram em Rottemburg e renunciaram, com dois dedos postos na bíblia , afirmando  que o batismo infantil está correto e que o sangue e a carne de Cristo estão sim nos sacramentos,   nos elementos da Ceia,  que a igreja romana está correta. Estes que renunciaram foram libertos. Mas a esposa de Sattler não se retratou e nem renunciou suas crenças.

Numa quarta-feira, aquela  mulher foi levada ao rio Neckar, Alemanha, onde foi executada por  afogamento. Milhares de pessoas testemunharam que  foi com grande gozo e forte fé que ela aceitou e sofreu a morte.  (2)

O testemunho e o martírio fazem parte do caminho da cruz, escolhido por Cristo e por tantas seguidoras que com seus exemplos de discípulas de Cristo enchem o mundo de mais amor, esperança, fé e muita coragem. 

(                    (1) Driver, John . Comunidades  Radicais:  Espiritualidade Crista de ontem para hoje. Rio de Janeiro: Novos Diálogos,  2011.
(                                 (2)  Dyck, Cornélius J. Uma introdução à História Menonita. Campinas,SP: Cristã Unida


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