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sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

Pacificação em nome do Príncipe da Paz


Professor da UFSC mostra roupas que usava quando foi esfaqueado

Haveria um tempo em que os coturnos ensanguentados, dos soldados, e toda roupa manchada de sangue, pela guerra, seriam queimados devido ao nascimento de um menino;  um dos nomes desse menino seria Príncipe da Paz.

A violência não teria mais sentido após aquele nascimento.

Príncipe da Paz - Esta é uma expressão utilizada pelos profetas de Israel, mais especificamente pelo profeta Isaías,  e que foi recebida pelos escritores do Novo Testamento como cumprimento em Jesus de Nazaré.

“Porque todo calçado que levava o guerreiro no tumulto da batalha, e todo o manto revolvido em sangue, serão queimados, servindo de combustível ao fogo.Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu, e o principado está sobre os seus ombros, e se chamará o seu nome: Maravilhoso Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz.”  Is 9.5-6


Lucas narra em seu evangelho que  na noite do nascimento daquele menino surgiram anjos nos arredores de Belém, da Judeia, para anunciarem a alguns  pastores, que vigiavam seus rebanhos à noite, a grande notícia do nascimento daquela criança. Então, a seguir,  uma multidão de anjos celestiais recitaram em uníssono: 
“Glória a Deus nas maiores alturas e paz na terra aos homens a quem ele quer bem”  Lc 1.14
 E assim, após se tornar adulto,  aquele menino pregou e transmitiu essa paz profetizada por Isaías e anunciada pelos  anjos, aos pastores . A proclamação de um  Reino de paz , amor, perdão e reconciliação,  foi o cerne da sua vida e de sua mensagem.

Essa consciência da proclamação de um evangelho da paz fazia parte do entendimento da igreja primitiva de Jesus Cristo, a igreja do primeiro século. O próprio Lucas, que também escreveu o livro de Atos dos Apóstolos, narrou o discurso de Pedro, na casa de um militar romano, resumindo  a pregação da igreja da seguinte forma:
“ Pregar a boa nova da paz por meio de Jesus Cristo” At. 10.36 
Este, infelizmente, tem sido um aspecto muito negligenciado da missão de Jesus: 
o aspecto da pacificação, da resistência não-violenta ao mal, da futilidade e natureza autodestrutiva do ódio e da vingança.

Como este tema é relevante para nossos dias!  David Bosch, em seu excelente livro Missão Transformadora, Ed. Sinodal, escreve que : 
“No mundo contemporâneo, em que o terrorismo, a violência, o crime, a guerra e a pobreza, são os assuntos atuais mais importantes, esse aspecto do evangelho de Lucas é agudamente importante”
 Para  Bosch nosso engajamento missionário poderá até ser  muito bem-sucedido em outros aspectos (inclusive no crescimento numérico de nossas igrejas), mas se fracassarmos no aspecto da pacificação, somos culpados perante o Senhor da missão. 

Portanto, todas as vezes que uma discípula  escolhe o caminho da espada e deixa o caminho da cruz ela está fracassando.

A pacificação, em Lucas, é um componente central da mensagem do cristianismo.

A mensagem do evangelho, em Lucas, culmina com Jesus orando  pelas pessoas  que o crucificaram; pedindo que o pai as perdoasse.

Portanto, não há espaço para o ódio no coração da seguidora e do seguidor de Jesus.




sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

Esperança dos Pobres


  

"Então, disse Maria: A minha alma engrandece ao Senhor,e o meu espírito se alegrou em Deus, meu Salvador,porque contemplou na humildade da sua serva. Pois, desde agora, todas as gerações me considerarão bem-aventurada, porque o Poderoso me fez grandes coisas. Santo é o seu nome.A sua misericórdia vai de geração em geração sobre os que o temem.Agiu com o seu braço valorosamente; dispersou os que, no coração,alimentavam pensamentos soberbos .Derribou do seu trono os poderosos e exaltou os humildes.Encheu de bens os famintos e despediu vazios os ricos....."  Lucas 1.46-53

Esse texto é considerado um cântico.  Chamado de Magnificat devido à primeira palavra do texto em Latim. A narrativa de Lucas é surpreendente pelo cunho social apresentado nas palavras de Maria.

O trecho acima foi recitado por Maria após a jovem receber uma revelação de que ficaria  grávida  e que daria  à luz o messias prometido por Deus, o Salvador.

A seguir, segundo Lucas,  Maria vai visitar Isabel, sua prima e logo ao entrar na casa comunica sua gravidez recitando estas palavras que de certa forma são revolucionárias. Quem imaginaria que uma menina de família pobre, do interior,  tivesse a capacidade de proferir tais palavras. 

Embora esta passagem bíblica seja muito usada pelos cristãos ao longo do ano em suas liturgias, a mim me parece um texto  especial quando nos aproximamos da noite que se comemora o Natal.

Lucas parece ter um interesse especial pelos pobres e por outros grupos marginalizados. Aqui no Maginificat lemos : “ (Deus) encheu de bens os famintos  e despediu vazios os ricos”.

Desde o início o evangelista  quer apresentar  um Jesus e sua mensagem como   a  “esperança dos pobres” .

Nesse evangelho Jesus é descrito como  alguém que se relacionava  com as pessoas sofredoras, perturbadas, doentes, coletores de impostos, pecadores e até com  as mulheres – ultrapassando a barreira social e religiosa da sociedade patriarcal de sua época.

Jesus, esse mesmo que em dezembro se comemora seu nascimento em todo o mundo ocidental e em diversos países do Oriente e Ásia, demonstrava uma extraordinária compaixão pelos marginalizados, a qual sua igreja é chamada a imitar. 

Mas, será que o estamos imitando?




quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Reforma, Fé e Violência (2ª parte)


O Reformador Zwínglio  arrefeceu nas reformas.

Início da Perseguição aos Anabatistas no Sul da Alemanha e Suiça.

Muitas vezes acontece de um determinado grupo começar um movimento forte e depois arrefecer. 

Lembro que, recentemente no Brasil (junho e julho de 2013), o Movimento Passe Livre, foi o protagonista das grandes manifestações contra os aumentos abusivos de passagens de ônibus. 
Depois o movimento se espalhou por diversas capitais e cidades grandes do interior do Brasil.

Caracterizou-se por reunir  grandes aglomerações  de pessoas mobilizadas pelas redes sociais. Esta população passou a perceber que havia possibilidade de pressionar as autoridades não apenas para diminuir o preço das passagens de transporte público, mas também  combater a corrupção do governo e fazer diversas cobranças. 

Chegou a um ponto que a liderança do movimento Passe Livre  foi à televisão para dizer que não tinha mais nada com haver com as grandes manifestações que continuavam a ser convocadas nas mídias sociais; que a pauta do movimento era basicamente a mobilidade urbana. 

Zwínglio queria "Pisar no Freio"  da Reforma na Suíça

Citei o exemplo acima para lembrar da Reforma Protestante no Sul da Alemanha e Suíça, guardadas a devidas proporções, obviamente.  

Resumidamente,  o caso foi assim: que Ulrico Zwinglio, de Zurique, que pode ser considerado o Reformador da Suiça e Sul da Alemanha, quando percebeu que o movimento estava perdendo o controle, começou a querer "pisar no freio" quanto à radicalidade da reforma da igreja. 
Por exemplo, a questão do batismo infantil, que Zwinglio pregou a princípio que era contrário, passou a ser um problema que levaria a sérias dificuldades sociais. Pressionado pelo Conselho político da cidade, Zwínglio voltou atrás; ficou do lado do conselho. 

Uma minoria insatisfeita
Os discípulos do pregador  Zwínglio, dentre eles,  Conrad Grabel, Felix Mantz,  não concordaram com essa atitude de seu mestre e exigiram que a reforma fosse seguida na Suíça, em obediência à palavra de Deus, e que os batismos infantis  cessassem  e que fossem batizadas, ou rebatizadas,  apenas pessoas adultas; exigiam também o completo rompimento da igreja com o Estado.

Houve, realmente,  um  rompimento;  mas  dos discípulos com seu mestre Zwínglio.
.  
Temendo que agitações sociais sacudissem as cidades, em 18 de janeiro de 1525 o Conselho da cidade de Zuric, Suiça, decidiu que todas as crianças deveriam continuar sendo batizadas. Além disso decretou que os pais que insistissem em não batizar seus filhos seriam expulsos da cidade. 

Assim  iniciaram as grandes dores  e sofrimentos da perseguição aos anabatistas (rebatizadores).

Uma reunião de oração em Zuric, Suiça, em 21 de janeiro de 1525 é considerada o marco inicial da Reforma Anabatista. 

A reunião aconteceu na casa de Felix Mantz. Além de Félix, Conrad Grebel também estava na presente um sacerdote chamado George Blaurock .Esse padre George era apelidado de Blaurock, porque usava costumeiramente um paletó azul. 
Diante das ameaças do Conselho da cidade eles se reuniram para orar, pedindo a direção de Deus, para saber o que deveriam saber.

Há algumas narrações do que aconteceu naquela reunião e depois dela. 

Uma antiga carta escrita possivelmente em 1530, portanto, pouquíssimos anos depois da citada reunião de oração.
Transcrevo abaixo uma parte da carta, originalmente escrita em Holandes,  extraída do livro Uma Introdução à História Menonita, de Cornélios J. Dick, Editor:

"E sucedeu que estavam juntos. Depois que um temor se apoderou fortemente deles, e eles  clamaram a Deus no céu, que Ele mostrasse misericórdia para com eles. Então George se levantou e pediu a Conrado pelo amor de Deus que o batizasse; e ele o fez. Depois disso ele batizou ou outros também. Depois disto, mais sacerdotes e outras pessoa se somaram, que logo selaram com seu sangue. "
A carta vai continuar mostrando os primeiros mártires do anabatismo, que desafiaram o conselho da cidade:
"Assim também o acima mencionado Felix Mantz, que foi o primeiro; foi afogado em Zurique, Wolfgang Uliman foi queimado em Walzem com dez outros, inclusive seu irmão, que era seu companheiro. Ele foi o sétimo.Depois dele um clérigo chamado Hans Pretle (Johan Brotli), que também era nosso servo no país. E assim ele se divulgou através da perseguição, como Miguel Satler e muitos de seus parentes. Assim também Melchior Veit, que era companheiro de George Blaurock, foi queimado em Dracha."
Assim, foi iniciado o anabatismo: com uma reunião de oração que ousou enfrentar o Estado. 
Aqueles pioneiros do anabatismo, e mártires,  podemos dizer, levaram a sério o que diz o novo testamento: "Antes importa obedecer a Deus do que os homens"

Portanto, uma  reunião de oração, em  de 21 de janeiro de 1525, deflagrou o movimento do Anabatismo como uma igreja visível de crentes, com ênfases distintas tanto do catolicismo romano, como do Protestantismo emergente. Ela é chamada Reforma Anabatista ou Reforma Radical.

Bibliografia:
Cornélius Dick, Uma introdução à História Menonita, Ed. Cristã Unida, 1992.


segunda-feira, 4 de novembro de 2013

A reforma protestante, a fé e a violência. 1ª Parte.




No mês de outubro igrejas reformadas do mundo inteiro comemoraram aquele que é considerado o dia da Reforma Protestante. 


Era meio dia em Wittemberg, do dia 31 de outubro de 1517, quando um professor, Doutor de Humanidades e Teologia Sacra, o padre Martinho Lutero, afixou na porta da igreja do castelo de Wittemberg, 95 teses contrárias às indulgências da Igreja Romana. Junto às teses acrescentou um convite educado,  para todos que quisessem participar de um debate sobre as questões por ele levantadas.
Assim, com este convite ao debate, a Reforma Protestante tinha  começado.  




Entretanto, as coisas tomaram um rumo muito diferente que apenas debates e discursos acadêmicos. Houve uma verdadeira revolução na Europa e que influenciou enormemente o mundo ocidental. A separação de Roma foi traumática. Surgiram fortes lideranças, fora da Alemanha de Lutero, como  João Calvino e Ulrico Zuínglio, que também  aderiram às idéias reformistas. 

 Os anabatistas propunham radicalizar a Reforma
Além do trauma da separação da igreja romana, os países que aderiram à Reforma tinham que pensar sobre a ameaça de muçulmanos de invasão  da Europa. Entretanto uma certa "ameaça"  interna passou a trazer tremenda dor de cabeça para as lideranças religiosa e políticas da Reforma. Era um movimento radical denominado "Anabatistas".
Um capítulo que merece destaque na Reforma Protestante do Século XVI  são os estes anabatistas. 
Foi um grupo que se originou dentre os discípulos do reformador Zuínglio, em Zuric, Suíça, que rompeu com aquele líder, e se espalhou  por toda Europa, a ponto de  perturbar a ordem religiosa social  e política, atraindo o ódio tanto dos líderes religiosos quanto dos políticos. Eram perseguidos e martirizados tanto em territórios dominados pelo catolicismo quanto nos territórios dominados pelos seguidores de Lutero  e Calvino e Zuínglio.  
Os anabatistas, ou em português, rebatizadores, criaram o movimento  mais perseguido do período da Reforma.  Receberam  inclusive o nome de Reforma Radical . 

Ênfases Anabatistas
Desejosos  de aprofundar as reformas  de Lutero, Zuínglio  e Calvino, os anabatistas pregavam:
- uma separação radical  entre a igreja  e o Estado;
- a não realização do batismo infantil;  
- e um retorno à igreja primitiva apostólica, que existia antes do período  de Constantino. 

Criam que  a igreja deveria ser livre e composta de pessoas  que tomassem a decisão pessoal de participarem  dela livremente, e sendo batizados depois de adultos, sem a força e a interferência do Estado. 
E para espanto de todos, afirmavam ainda que que para ser um discípulo de Jesus Cristo, o cristão não deveria pegar em armas em nenhuma ocasião de sua vida. Citavam como exemplo o próprio Cristo que não aceitou o caminho da espada, mas escolheu o caminho da cruz;  que se entregou, sem usar nenhum tipo de violência e sem resistência, aos seus algozes. Os anabatistas,  mesmo diante da perseguição armada, não se defendiam.  Eram pacifistas. 

Intolerância dos Reformadores - Massacre de anabatistas.
Essas ideias pregadas com tanto entusiasmo pelos anabatistas e sua aplicação nas suas comunidades que cresciam rapidamente, causaram  uma das maiores perturbações na  Europa do Século XVI. As autoridades civil e religiosas, que andavam de braços dados, não podiam tolerar nenhuma das reivindicações radicais.
Foi um movimento extremamente popular, que atraiu muitos camponeses e a população pobre da Europa; seu crescimento rápido assustava ainda mais as autoridades.
Em pouco tempo os anabatistas foram considerados  hereges pela igreja Reformada e pela Católica Romana; e pelo Estado, eles eram considerados oficialmente como subversivos em  todos os países da Europa. 
 Foram perseguidos  ferozmente, pois a pena para heresia  era a morte. 
As penas mais comuns que sofreram foram as mortes por afogamento, ou  queimados vivos em fogueiras. Os líderes eram queimados, os seguidores eram decapitados. 
Apesar de milhares de mártires, serem mortos com grande crueldade,  o movimento  continuava  crescendo para espanto dos perseguidores. 

….   

Bibliografia:  
Justo L. González. Historia del Cristianismo, Tomo 2, Desde la era de la reforma hasta la era inconclusa. Publicado por Editorial Unilit
Coneilus Dick, História Menonita ,  Editora Cristã Unida

domingo, 27 de outubro de 2013

Não às arminhas de brinquedo no DF



Assinada a Lei Distrital que proíbe a fabricação e comércio  de armas de brinquedo no DF e cria a Semana do Desarmamento Infantil. 

As arminhas de brinquedo, que muitos papais adoram dar de presente aos seus filhos, são um incentivo à uma cultura de violência pois, de certa forma, a criança entende que seus pais não vêem nada de errado com o uso de armas de verdade; como aquelas  dos filmes da televisão. 
  
Essa lei do DF, assinada mês passado,  vem a ser  uma grande conquista para incentivo à uma vida de paz e não  violência, e incentiva também  a reflexão dos pais, dos  educadores e  das crianças  sobre o assunto.

As arminhas de brinquedo são também utilizadas no crime. Dados mostram que das armas apreendidas com criminosos no DF,  12%,  são de Brinquedo.


O Distrito Federal  é a primeira unidade da Federação a aprovar essa  medida, seguindo o exemplo de Londrina, no Paraná, que em 2003 aprovou a Lei 9.188/2003, proibindo o comércio de armas de brinquedo no município.


Diz o provérbio :


 "Ensina a criança no caminho em que deve andar e, ainda quando for velho,
 não se desviará dele"   Pv. 22.6

Ensinemos, pois,  a elas  o caminho da paz.

sábado, 12 de outubro de 2013

O dia da criança - Uma criança os Guiará









"A justiça será o cinto dos seus lombos, e a fidelidade, o cinto dos seus rins.

O lobo habitará com o cordeiro, e o leopardo se deitará junto ao cabrito; o bezerro, o leão novo e o animal cevado andarão juntos, e um pequenino os guiará." Is 11.5-6






Seria possível uma criança  guiar um povo, dirigir uma nação?

O profeta Isaías  previu  um tempo  de paz  inigualável  para seu povo  Israel, no qual  uma criança estaria no comando, não um General, não um político.  

A criança a que ele se refere  é Jesus, o Messias.  Ele seria alguém cheio da sabedoria do Espírito Santo, e  traria a justiça impregnada em todo o seu ministério. Portanto, a violência da opressão social seria eliminada por este menino, que além de Rei Messias, seria  também um juiz sobre a terra.

O fruto desse governo dirigido na mais pura justiça é  um Reino de Paz, a Shalom de Deus.  Esse Reino faz um contraste  marcante com os reinos das nações que se baseiam nas guerras.

Nesse Reino  de Paz,  animais selvagens viverão em harmonia entre si e com animais domésticos e brincaram com as crianças. Trata-se de uma figura que quer mostrar a capacidade  do futuro Reino reconduzir toda a natureza  de volta  ao Paraíso perdido. 

Conforme o Novo Testamento, com o nascimento  daquela criança, Jesus,  esse Reino  foi inaugurado. O Rei Messias  veio para restaurar toda  a criação  de Deus. É um reino que vai avançando  até o final da história da humanidade quando o mundo inteiro o reconhecerá  como único e verdadeiro  Reino de Deus.

Esse Jesus,  quando veio inaugurar  seu  Reino amou e valorizou as crianças e  também  se utilizou do exemplo  das crianças  para transmitir uma de suas mais importantes lições:  
"E Jesus, chamando uma criança, colocou-a no meio deles. E disse:- Em verdade vos digo que, se não vos converterdes e não vos tornardes como crianças, de modo algum entrareis no reino dos céus. Portanto, aquele que se humilhar como esta criança, esse é o maior no reino dos céus." Mt. 18.2-4
Portanto, se alguém desejar  fazer parte desse Reino de Paz  deve se inspirar nas crianças, pois esse é o modelo  de espiritualidade  que Jesus nos oferece.  A humildade como a de uma criança é um dos requisitos de experimentar  uma vida de paz. 

Deixemos o orgulho, a arrogância, o uso força  para  resolver nossas questões na vida. Sejamos como as crianças, pois assim como dependem de outros para delas cuidarem,  nós dependemos é de Deus para tudo em nossa vida. 

Shalom.

sábado, 28 de setembro de 2013

Mensagem para O Dia Internacional da Paz

Músicos da Igreja Menonita de Sertãozinho SP 


O que podemos  fazer pela Paz?
Com essa pergunta  iniciei minha  palestra.  E continuei questionando: Se somos pacificadores, o que podemos fazer pela paz.  Afinal,  estávamos numa classe de escola bíblica dominical de uma das poucas igrejas de tradição pacifista do Brasil:  A Primeira Igreja Menonita  de Sertãozinho/SP. Era uma classe mista de Jovens e Adultos. 
Era a manhã  do dia 22 de setembro de 2013; e no dia 21 é celebrado, pela ONU, o dia Internacional da Paz. 
Abaixo  insiro um  breve resumo  da palestra:

“ Conta-se que há muito tempo, em uma pequena cidade,  correu o boato que o mundo iria acabar e o céu   iria cair. Logo, os noticiários fizeram o maior estardalhaço com o boato que correu  na cidade toda, a ponto de deixar muita gente preocupada, pois o "céu   iria  cair".  No dia marcado para a “queda do céu”  muita gente  se reuniu na praça,  e ao chegar lá  se deparou com uma cena inusitada: um passarinho  deitado com de costas  com as pernas esticadas pra cima, e parecia estar fazendo muita força,  e olhando fixamente para o céu.   Alguém  perguntou:  “Passarinho, o que  que você está fazendo aí deitado com as pernas pro ar?”  O pequeno pássaro respondeu: “Ouvi dizer que o céu vai cair;  e estou fazendo a minha parte para ajudar a segurá-lo.
Pensemos nessa estória antes de responder à pergunta: o que fazer  pela paz, e  lembremos  que estamos vivendo a iminência de um conflito  internacional  na Síria, que passa por uma guerra civil que matou mais de cem mil pessoas,  e provocou  o  êxodo de milhares de refugiados para acampamentos nos países vizinhos; e que há conflitos armados e ataques terroristas em diversas partes do mundo.  Diante de um quadro assim  podemos nos sentir completamente impotentes em nosso trabalho como fazedores  de paz  e cair no comodismo  de pensar:  não me resta fazer mais nada. Em meio a tão grande desafio qual poderia ser nossa contribuição pela paz, por menor que ela seja? Qual "a nossa parte!

Pois, mesmo que não tenhamos influência  direta  na busca de solução  de grandes conflitos internacionais, mesmo assim  continuamos a ser desafiados a sermos  fazedores de paz aonde nós vivemos.  
De acordo com o Príncipe da Paz, Jesus Cristo, em Mateus Capítulo 5, os cristãos são  bem-aventurados por serem  pacificadores.

Mas antes de responder o que fazer pela paz,  deveríamos nos perguntar: 
Eu sou um homem de paz? Ou , Eu sou uma Mulher de paz? 

Qual sua fonte de paz?  O que te traz  paz?
Ou seja ,  se você  está em paz  apenas quando vai bem no emprego,  ou  vai bem de saúde, ou  quando está tudo andando bem com a família, ou ainda se  está prosperando financeiramente, eu te convidaria a rever  as fontes ou a base dessa sua paz.
Depender dessas circunstâncias citadas acima  não te tornará num homem de paz, ou numa mulher de paz!  A fonte de toda paz é a pessoa de Deus.  A bíblia é clara a esse respeito e o Apóstolo  Paulo escreveu o seguinte:
Quanto ao mais, irmãos,  regozijai-vos, sede perfeitos, sede consolados, sede de um mesmo parecer, vivei em paz; e o Deus de amor e de paz será convosco.” ( 2 Co 13.11)
Portanto, para termos autoridade para responder à pergunta " o que posso fazer pela paz?" precisamos ter uma vida de paz e beber da única fonte de paz que é o próprio Deus. "

Ao final da palestra  daquela manhã perguntei de novo:  o que podemos fazer pela paz agora? e uma irmã respondeu:  "orar".  E então oramos de mãos dadas pela paz mundial. Foi nossa contribuição pelas celebrações do dia Internacional da Paz.  
  
Você pode receber a palestra na íntegra, encaminhando um e-mail para:
claudio.escritor7@gmail.com


sábado, 14 de setembro de 2013

Crise na Síria - líderes pedem, profeticamente, solução diplomática


Família  de refugiados da Síria

Cerca de 40 líderes religiosos se unem e encaminham uma carta para pedir ao Congresso do EUA que se oponha à autorização para o uso da força militar  na Síria,



Representantes de milhões de fiéis nos Estados Unidos encaminham uma carta profética, em nome da paz e não-violência.




Junto com as religiões judaica e muçulmana, os signatários incluem líderes católicos, evangélicos, episcopais, presbiterianas, metodistas, adventistas e batistas, além de líderes de paz da igreja dos Quakers, Menonitas e da Igreja do Irmãos.

Um trecho da carta enviada ao Congresso dos EUA no último dia 9 de setembro, diz :

"Como líderes de organizações baseadas na fé, estamos escrevendo para exortá-lo a votar contra qualquer autorização para o uso da força militar na Síria. Enquanto nós condenamos inequivocamente qualquer uso de armas químicas, juntamente com a matança indiscriminada de civis e outras violações do direito humanitário internacional, os ataques militares não são a resposta.

Ao invés de trazer um fim à violência que já custou mais de 100.000 vidas, os ataques militares dos EUA ameaçam ampliar a terrível guerra civil na Síria e minar as perspectivas de acalmar a violência e, eventualmente, chegar a uma solução justa."

A voz Profética não quer calar 

Líderes religiosos de outros continentes também expressam sua preocupação com a intenção
Norte Americana  de enviar forças militares para a Síria. 

Segundo a rádio Vaticano, Kirilll, líder da igreja Ortodoxa Russa escreveu ao presidente Obama, a seguinte mensagem:


“A Igreja Ortodoxa Russa conhece o preço do sofrimento e das perdas humanas, depois que nosso povo sobreviveu a duas guerras mundiais devastadoras, que provocaram milhares de mortos e arruinou a vida de muitas pessoas. Além disso, sentimos como nossa, a dor e as perdas sofridas pelo povo norte americano, nos terríveis ataques terroristas de 11 de setembro de 2001” 


O presidente Baraque Obama tem, portanto, duas opções: ouvir a voz dos  profetas que falam em nome de Deus  e  alertam para o erro de uma intervenção militar na síria; ou a voz dos líderes do congresso norte americano  que  vêem em mais uma guerra, uma oportunidade política de ganhar mais votos nas próximas eleições.

Que Deus ilumine o presidente para evitar que ele e seu país sejam culpados por mais um derramamento de sangue.

Claudio Divino  Pereira

sábado, 7 de setembro de 2013

Independência e não violência

O dia da  independência  e as manifestações democráticas no Brasil

Não-Violência é um termo que se refere a uma série de conceitos sobre moralidade, poder e conflitos que rejeitam completamente o uso da violência nos esforços para a conquista de objetivos sociais e políticos.
Geralmente usado como sinônimo de pacifismo a partir do meio do século XX passou a ser aplicado também a confrontos sociais que não usem violência, bem como movimentos políticos e filosóficos que tenham aderido aos mesmos conceitos.
O termo é comumente associado à luta pela independência da Índia, liderada por Mahatma Gandhi  e a luta pelos direitos civis dos negros norte-americanos, liderada
Como o termo se tornou muito abrangente, em alguns casos tido como sinônimo de pacifismo, em outros associado à passividade, alguns grupos preferiram adotar o termo não- violência- ativa ,  reforçando a posição de que é possível uma ação não-violenta. (Wikpedia.org)
Jesus e a não-violência
Em todo seu ministério  na terra  Jesus de Nazaré,  recusou terminantemente usar a violência para alcançar  seus objetivos.
Quero citar um momento, registrado no novo testamento  que Jesus recusou terminantemente o caminho da espada:
Na ocasião que queriam proclamá-lo  Rei
Naquela altura de seu ministério Jesus era muito popular entre as classes oprimidas na palestina, e depois de haver feito tantas curas e milagres , fez  um milagre e conseguiu  alimentar uma multidão de pessoas . Empolgados queriam proclamá-lo Rei de Israel . Obviamente isso seria uma revolução social, uma guerra civil contra o Império Romano. 
“Vendo, pois, os homens o sinal que Jesus fizera, disseram: Este é, verdadeiramente, o profeta que devia vir ao mundo. Sabendo, pois, Jesus que estavam para vir com o intuito de arrebatá-lo para o proclamarem rei, retirou-se novamente, sozinho, para o monte.” Jo 6.66
Jesus não aceitou a oferta. Preferiu perder a popularidade do que iniciar uma revolução armada.

Poucos meses depois deste acontecimento Jesus foi realmente aclamado pelo povo como Rei, mas ao entrar em Jerusalém estava desarmado, e sem nenhum exército para guardá-lo.


 Ele entrou na cidade  montado sobre um jumentinho, animal de trabalho, animal de paz, e não sobre um cavalo, animal utilizado nas guerras. Entrou como um servo e não como um general de guerra. 
Foi assim que ele, o servo sofredor, revolucionou a história da humanidade, em paz e sem nenhuma violência.  
Que esse espírito de Cristo esteja sobre o povo brasileiro  na sua busca de mudanças sociais.


sábado, 31 de agosto de 2013

Alternativas cristãs à violência - 3ª parte



Temos visto, nos artigos anteriores que que não pode haver paz legítima, sem que a justiça social esteja presente. E esse conceito estava presente na pregação dos escritores bíblicos, tanto profetas quanto salmistas. A verdadeira paz, a paz de Deus, é completa para o ser humano e não pode ser uma busca egoísta de segurança familiar  ou apenas  para uma comunidade  em detrimento  das demais pessoas.


No Salmo 85  verso 11 o  salmista escreveu  :
A misericórdia e  a verdade se encontraram;  a justiça e a paz  se abraçaram .

Portanto a paz, apregoada na bíblia  tem um caráter global. 

No  Novo Testamento  quando Jesus  deixa sua carpintaria em Nazaré,  no interior da Galiléia, e passa pregar na capital, sua mensagem consistia de um convite ao arrependimento. Jesus anunciava que nele havia chegado o tempo que  Israel tanto sonhava; havia chegado  o Reino de Deus;  um reino de paz e justiça, no qual não havia espaço para violência, ódio, vingança ou guerras. 

Logo  no início  de seu ministério  ele fazia pregações como esta abaixo, registrada  no evangelho de Lucas:
"E, levantando ele os olhos para os seus discípulos, dizia: Bem-aventurados vós, os pobres, porque vosso é o Reino de Deus.

Bem-aventurados vós, que agora tendes fome, porque sereis fartos. Bem-aventurados vós, que agora chorais, porque haveis de rir.
Bem-aventurados sereis quando os homens vos aborrecerem, e quando vos separarem, e vos injuriarem, e rejeitarem o vosso nome como mau, por causa do Filho do Homem.
Folgai nesse dia, exultai, porque é grande o vosso galardão no céu, pois assim faziam os seus pais aos profetas.
Mas ai de vós, ricos! Porque já tendes a vossa consolação.
Ai de vós, os que estais fartos, porque tereis fome! Ai de vós, os que agora rides, porque vos lamentareis e chorareis!
Ai de vós quando todos os homens falarem bem de vós, porque assim faziam seus pais aos falsos profetas!" (Lc 6.20-26)
 O trecho acima dá  início ao chamado Sermão  do Monte no qual os verdadeiros  filhos de Deus  são convidados  a amar os inimigos, a bendizer os que os amaldiçoassem,  a fazer o bem aos que os odiassem  e orar  pelos seus perseguidores. 
Jesus mesmo  foi o grande exemplo de sua pregação. Em nenhum momento de seu ministério ele agiu com ódio.

Aprendei de Mim a humildade e a mansidão

Uma vez quando pregava ele fez o famoso convite : "Vinde a mim, os que estais cansados e sobrecarregados e eu vos aliviarei. tomai sobre vós o meu jugo  e aprendei de mim que sou manso e humilde de coração e achareis descanso para as vossas almas." (Mt. 11.28)

Portanto, o que deveriam aprender  dele, seus seguidores?
A fazer milagres? Não;
A pregar para grandes multidões? Não;
A andar sobre as águas, como ele andou? Não;
Mas, aprender a serem mansos e humildes de coração; isto sim!

Referindo-se a esta passagem, em seu livro Jesus y la no Violência, Dionísio Byler escreve o seguinte: 
Somente carregamos uma cruz para seguir a Jesus quando, como ele, nos deixamos odiar, insultar,  apanhar e talvez até sermos mortos, sem responder com nada além do amor. 
Certa vez Jesus apresentou um exemplo, um símbolo, de como devem ser os filhos de Deus. (Mt. 18.3)
Que símbolo foi esse, ?  
Não foi nenhuma imagem de escultura, nem uma cruz de madeira ou de metal, nem o grande templo em Jerusalém, nem nome de algum dos patriarcas ou dos profetas de Israel. Mas apontando para um menino que estava por perto disse  que  se alguém quer entrar no Reino de Deus deve ser humilde como uma criança. 

Essa é a imagem do cristão: um menino indefeso por natureza, simples, humilde, que não sabe guardar rancor, que não alimenta ódio em seu coração.

Nesses tempos de mega-igrejas em cada bairro das cidades brasileiras e de membros de igrejas que se acham super-crentes, e que acham que devem ser respeitados porque são numerosos e prósperos,  seria bom reler os textos citados acima e meditar sobre o que Deus deseja de nós.

A todos  os leitores:
Graça, Misericórdia e Paz.













sábado, 24 de agosto de 2013

Alternativas cristãs à violência - 2ª parte


Na guerra do Vietnan  quando os EUA atacavam  uma cidade  diziam que a estavam "pacificando"
Começando no Morro Santa Marta, em 1998, o governo do Rio de Janeiro tem declarado que já fincou a bandeira das UPP- Unidade de Polícia Pacificadora em diversas favelas da Zona Sul.
O que se pretende dizer com essa paz nas comunidades? 
O objetivo do poder público neste caso, do Rio,  é de  retomar o controle estatal  que o Estado perdeu em décadas anteriores por negligência política, e em muitos casos, por  conivência do poder público com o crime organizado. Essas comunidades ficaram  sob forte influência da criminalidade armada. As UPP tentam devolver à população local a paz e a tranquilidade para o exercício de atividades rotineiras da vida como ir e e vir.  Essa garantia de liberdade de ir e vir  é uma das obrigações do Estado, que os traficantes estavam cerceando.
Isso não significa que as UPP  vão conseguir acabar com o tráfico de drogas; acabar com a criminalidade; ou que seriam  solução para todas os problemas socioeconômicos das comunidades, nem livrá-la de toda a violência.
Mas a isso, essa retomada,  o governo tem chamado de pacificação. 
Como disse acima, creio que esse foi um importante passo da Cidade do Rio para garantir alguns direitos básicos para os moradores das localidades antes dominadas pelo crime organizado; entretanto,  isso ainda não é a paz,  a paz defendida pelos profetas bíblicos do Velho Testamento.
A paz prometida por Deus ao seu povo Israel  foi assim descrita  em Levíticos 26.:3-6. : 
"Se andardes nos meus estatutos, e guardardes os meus mandamentos, e os cumprirdes,

Então ...  habitareis seguros na vossa terra.Também darei paz na terra, e dormireis seguros, e não haverá quem vos espante; ..., e pela vossa terra não passará espada." Lv 26:3-6
Portanto, as leis de Deus garantiriam a paz de Deus, a verdadeira pacificação. 
E que leis seriam estas?  Êxodo 22.21-27

"O estrangeiro não afligirás, nem o oprimirás; pois estrangeiros fostes na terra do Egito.A nenhuma viúva nem órfão afligireis.Se de algum modo os afligires, e eles clamarem a mim, eu certamente ouvirei o seu clamor.E a minha ira se acenderá, e vos matarei à espada; e vossas mulheres ficarão viúvas, e vossos filhos órfãos.Se emprestares dinheiro ao meu povo, ao pobre que está contigo, não te haverás com ele como um usurário; não lhe imporeis usura.Se tomares em penhor a roupa do teu próximo, lho restituirás antes do pôr do sol,Porque aquela é a sua cobertura, e o vestido da sua pele; em que se deitaria? Será pois que, quando clamar a mim, eu o ouvirei, porque sou misericordioso."
Deus  daria paz ao seu povo, à  nação  inteira, se  eliminasse as injustiças  e opressões sociais; e observe, não promete paz  se obedecesse apenas às leis cerimonias, ligadas  aos cultos. Se zelasse apenas pelos cultos, mas esquecesse  dos pobres, dos órfãos, das viúvas,  a paz não viria.

Por isso mesmo em diversos momentos da nação de Israel  lhes faltou a paz de Deus; naquelas fases de sua história em que  Israel fazia sacrifícios, jejuava, orava, adorava, mas esquecia da misericórdia, do amor, do cuidado e zelo com os pobres e necessitados, e pervertia o direito, então   a violência assolava  o país, e as nações inimigas atacavam Israel  e prevaleciam  contra ele.

Exatamente isso que denuncia o profeta Amós:

"Assim diz o Senhor: Por três transgressões de Israel, e por quatro, não retirarei o castigo, porque vendem o justo por dinheiro, e o necessitado por um par de sapatos,Suspirando pelo pó da terra, sobre a cabeça dos pobres, pervertem o caminho dos mansos...(...)Portanto, visto que pisais o pobre e dele exigis um tributo de trigo, edificastes casas de pedras lavradas, mas nelas não habitareis; vinhas desejáveis plantastes, mas não bebereis do seu vinho.Porque sei que são muitas as vossas transgressões e graves os vossos pecados; afligis o justo, tomais resgate, e rejeitais os necessitados na porta.Portanto, o que for prudente guardará silêncio naquele tempo, porque o tempo será mau.Buscai o bem, e não o mal, para que vivais; e assim o Senhor, o Deus dos Exércitos, estará convosco, como dizeis."  Am 2.6-8 e 5.10-15  
Esta profecia veio ao povo do Reino do Norte, num tempo de relativa prosperidade e paz no reinado de Jeroboão II,  Entretanto não era a paz de Deus. 
Dionísio Byler, no livro Jesus e La no Violência, afirma que "a violência do sistema injusto que golpeava os pobres reclamava a vingança de Deus. Era como se a sociedade, que poderia se considerar em paz, devido à ausência de guerra com as nações vizinhas, logo descobrisse que quem estava em guerra contra ela, era seu próprio Deus. Porque? Porque Deus se havia constituído a si mesmo o defensor dos pobres, dos que não tinham meios de se defender. Se os pobres não podiam ter paz  por parte de seus opressores, a sociedade inteira não poderia ter paz da parte de Deus. A violência dos poderosos, dos ricos, dos que tinham acesso legal às armas , tornava necessária a violência de Deus mesmo contra a sociedade injusta" 
 ... continua no próximo artigo.