Translate

sábado, 31 de agosto de 2013

Alternativas cristãs à violência - 3ª parte



Temos visto, nos artigos anteriores que que não pode haver paz legítima, sem que a justiça social esteja presente. E esse conceito estava presente na pregação dos escritores bíblicos, tanto profetas quanto salmistas. A verdadeira paz, a paz de Deus, é completa para o ser humano e não pode ser uma busca egoísta de segurança familiar  ou apenas  para uma comunidade  em detrimento  das demais pessoas.


No Salmo 85  verso 11 o  salmista escreveu  :
A misericórdia e  a verdade se encontraram;  a justiça e a paz  se abraçaram .

Portanto a paz, apregoada na bíblia  tem um caráter global. 

No  Novo Testamento  quando Jesus  deixa sua carpintaria em Nazaré,  no interior da Galiléia, e passa pregar na capital, sua mensagem consistia de um convite ao arrependimento. Jesus anunciava que nele havia chegado o tempo que  Israel tanto sonhava; havia chegado  o Reino de Deus;  um reino de paz e justiça, no qual não havia espaço para violência, ódio, vingança ou guerras. 

Logo  no início  de seu ministério  ele fazia pregações como esta abaixo, registrada  no evangelho de Lucas:
"E, levantando ele os olhos para os seus discípulos, dizia: Bem-aventurados vós, os pobres, porque vosso é o Reino de Deus.

Bem-aventurados vós, que agora tendes fome, porque sereis fartos. Bem-aventurados vós, que agora chorais, porque haveis de rir.
Bem-aventurados sereis quando os homens vos aborrecerem, e quando vos separarem, e vos injuriarem, e rejeitarem o vosso nome como mau, por causa do Filho do Homem.
Folgai nesse dia, exultai, porque é grande o vosso galardão no céu, pois assim faziam os seus pais aos profetas.
Mas ai de vós, ricos! Porque já tendes a vossa consolação.
Ai de vós, os que estais fartos, porque tereis fome! Ai de vós, os que agora rides, porque vos lamentareis e chorareis!
Ai de vós quando todos os homens falarem bem de vós, porque assim faziam seus pais aos falsos profetas!" (Lc 6.20-26)
 O trecho acima dá  início ao chamado Sermão  do Monte no qual os verdadeiros  filhos de Deus  são convidados  a amar os inimigos, a bendizer os que os amaldiçoassem,  a fazer o bem aos que os odiassem  e orar  pelos seus perseguidores. 
Jesus mesmo  foi o grande exemplo de sua pregação. Em nenhum momento de seu ministério ele agiu com ódio.

Aprendei de Mim a humildade e a mansidão

Uma vez quando pregava ele fez o famoso convite : "Vinde a mim, os que estais cansados e sobrecarregados e eu vos aliviarei. tomai sobre vós o meu jugo  e aprendei de mim que sou manso e humilde de coração e achareis descanso para as vossas almas." (Mt. 11.28)

Portanto, o que deveriam aprender  dele, seus seguidores?
A fazer milagres? Não;
A pregar para grandes multidões? Não;
A andar sobre as águas, como ele andou? Não;
Mas, aprender a serem mansos e humildes de coração; isto sim!

Referindo-se a esta passagem, em seu livro Jesus y la no Violência, Dionísio Byler escreve o seguinte: 
Somente carregamos uma cruz para seguir a Jesus quando, como ele, nos deixamos odiar, insultar,  apanhar e talvez até sermos mortos, sem responder com nada além do amor. 
Certa vez Jesus apresentou um exemplo, um símbolo, de como devem ser os filhos de Deus. (Mt. 18.3)
Que símbolo foi esse, ?  
Não foi nenhuma imagem de escultura, nem uma cruz de madeira ou de metal, nem o grande templo em Jerusalém, nem nome de algum dos patriarcas ou dos profetas de Israel. Mas apontando para um menino que estava por perto disse  que  se alguém quer entrar no Reino de Deus deve ser humilde como uma criança. 

Essa é a imagem do cristão: um menino indefeso por natureza, simples, humilde, que não sabe guardar rancor, que não alimenta ódio em seu coração.

Nesses tempos de mega-igrejas em cada bairro das cidades brasileiras e de membros de igrejas que se acham super-crentes, e que acham que devem ser respeitados porque são numerosos e prósperos,  seria bom reler os textos citados acima e meditar sobre o que Deus deseja de nós.

A todos  os leitores:
Graça, Misericórdia e Paz.













sábado, 24 de agosto de 2013

Alternativas cristãs à violência - 2ª parte


Na guerra do Vietnan  quando os EUA atacavam  uma cidade  diziam que a estavam "pacificando"
Começando no Morro Santa Marta, em 1998, o governo do Rio de Janeiro tem declarado que já fincou a bandeira das UPP- Unidade de Polícia Pacificadora em diversas favelas da Zona Sul.
O que se pretende dizer com essa paz nas comunidades? 
O objetivo do poder público neste caso, do Rio,  é de  retomar o controle estatal  que o Estado perdeu em décadas anteriores por negligência política, e em muitos casos, por  conivência do poder público com o crime organizado. Essas comunidades ficaram  sob forte influência da criminalidade armada. As UPP tentam devolver à população local a paz e a tranquilidade para o exercício de atividades rotineiras da vida como ir e e vir.  Essa garantia de liberdade de ir e vir  é uma das obrigações do Estado, que os traficantes estavam cerceando.
Isso não significa que as UPP  vão conseguir acabar com o tráfico de drogas; acabar com a criminalidade; ou que seriam  solução para todas os problemas socioeconômicos das comunidades, nem livrá-la de toda a violência.
Mas a isso, essa retomada,  o governo tem chamado de pacificação. 
Como disse acima, creio que esse foi um importante passo da Cidade do Rio para garantir alguns direitos básicos para os moradores das localidades antes dominadas pelo crime organizado; entretanto,  isso ainda não é a paz,  a paz defendida pelos profetas bíblicos do Velho Testamento.
A paz prometida por Deus ao seu povo Israel  foi assim descrita  em Levíticos 26.:3-6. : 
"Se andardes nos meus estatutos, e guardardes os meus mandamentos, e os cumprirdes,

Então ...  habitareis seguros na vossa terra.Também darei paz na terra, e dormireis seguros, e não haverá quem vos espante; ..., e pela vossa terra não passará espada." Lv 26:3-6
Portanto, as leis de Deus garantiriam a paz de Deus, a verdadeira pacificação. 
E que leis seriam estas?  Êxodo 22.21-27

"O estrangeiro não afligirás, nem o oprimirás; pois estrangeiros fostes na terra do Egito.A nenhuma viúva nem órfão afligireis.Se de algum modo os afligires, e eles clamarem a mim, eu certamente ouvirei o seu clamor.E a minha ira se acenderá, e vos matarei à espada; e vossas mulheres ficarão viúvas, e vossos filhos órfãos.Se emprestares dinheiro ao meu povo, ao pobre que está contigo, não te haverás com ele como um usurário; não lhe imporeis usura.Se tomares em penhor a roupa do teu próximo, lho restituirás antes do pôr do sol,Porque aquela é a sua cobertura, e o vestido da sua pele; em que se deitaria? Será pois que, quando clamar a mim, eu o ouvirei, porque sou misericordioso."
Deus  daria paz ao seu povo, à  nação  inteira, se  eliminasse as injustiças  e opressões sociais; e observe, não promete paz  se obedecesse apenas às leis cerimonias, ligadas  aos cultos. Se zelasse apenas pelos cultos, mas esquecesse  dos pobres, dos órfãos, das viúvas,  a paz não viria.

Por isso mesmo em diversos momentos da nação de Israel  lhes faltou a paz de Deus; naquelas fases de sua história em que  Israel fazia sacrifícios, jejuava, orava, adorava, mas esquecia da misericórdia, do amor, do cuidado e zelo com os pobres e necessitados, e pervertia o direito, então   a violência assolava  o país, e as nações inimigas atacavam Israel  e prevaleciam  contra ele.

Exatamente isso que denuncia o profeta Amós:

"Assim diz o Senhor: Por três transgressões de Israel, e por quatro, não retirarei o castigo, porque vendem o justo por dinheiro, e o necessitado por um par de sapatos,Suspirando pelo pó da terra, sobre a cabeça dos pobres, pervertem o caminho dos mansos...(...)Portanto, visto que pisais o pobre e dele exigis um tributo de trigo, edificastes casas de pedras lavradas, mas nelas não habitareis; vinhas desejáveis plantastes, mas não bebereis do seu vinho.Porque sei que são muitas as vossas transgressões e graves os vossos pecados; afligis o justo, tomais resgate, e rejeitais os necessitados na porta.Portanto, o que for prudente guardará silêncio naquele tempo, porque o tempo será mau.Buscai o bem, e não o mal, para que vivais; e assim o Senhor, o Deus dos Exércitos, estará convosco, como dizeis."  Am 2.6-8 e 5.10-15  
Esta profecia veio ao povo do Reino do Norte, num tempo de relativa prosperidade e paz no reinado de Jeroboão II,  Entretanto não era a paz de Deus. 
Dionísio Byler, no livro Jesus e La no Violência, afirma que "a violência do sistema injusto que golpeava os pobres reclamava a vingança de Deus. Era como se a sociedade, que poderia se considerar em paz, devido à ausência de guerra com as nações vizinhas, logo descobrisse que quem estava em guerra contra ela, era seu próprio Deus. Porque? Porque Deus se havia constituído a si mesmo o defensor dos pobres, dos que não tinham meios de se defender. Se os pobres não podiam ter paz  por parte de seus opressores, a sociedade inteira não poderia ter paz da parte de Deus. A violência dos poderosos, dos ricos, dos que tinham acesso legal às armas , tornava necessária a violência de Deus mesmo contra a sociedade injusta" 
 ... continua no próximo artigo.


sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Alternativas Cristãs à Violência - 1ª parte


A chamada lei de talião, do Oriente Médio, é resumida pela frase :
 "Olho por olho, dente por dente" .
Este é um princípio de aplicação de justiça pelos povos da antiguidade com o intuito de impedir a retaliação desproporcional.
Foi  também utilizado por Moisés, líder do povo de Israel, para assegurar que a vingança não fosse exagerada, diante de danos e prejuízos, como registra o escritor de Êxodo, no cap 22.

Esse princípio mostra a preocupação das nações com a violência desde os povos antigos. Preocupação de aplicar uma pena justa a cada crime.

Mas os profetas do Israel antigo também estavam preocupados com outro tipo de violência; aquela  que não era necessariamente agressões e danos pessoais entre os cidadãos, como veremos abaixo.

O conceito de Paz  na Bíblia
Os diálogos abaixo, entre o emissário do Rei Jorão e  o líder Jeú, opositor ao rei,    mostram que o conceito de paz, para os profetas de Israel, não era apenas ausência de guerra. Portanto, o país não estava em guerra, mas não havia paz em Israel devido aos erros da realeza,  que causavam perseguição religiosa , enormes injustiças e  forte  opressão social:
"E o atalaia estava na torre de Jezreel, e viu a tropa de Jeú, que vinha, e disse: Vejo uma tropa. Então disse Jorão:-Toma um cavaleiro, e envia-lho ao encontro;  diga:Há paz?E o cavaleiro lhe foi ao encontro, e disse:- Assim diz o rei: Há paz? E disse Jeú:- Que tens tu que fazer com a paz? Passa-te para trás de mim.(...) E aparelharam o seu carro. E saiu Jorão, rei de Israel, e Acazias, rei de Judá, cada um em seu carro, e saíram ao encontro de Jeú, e o acharam no pedaço de campo de Nabote, o jizreelita.E sucedeu que, vendo Jorão a Jeú, disse:- Há paz, Jeú? E disse ele:
 - Que paz, enquanto as prostituições da tua mãe Jezabel e as suas feitiçarias são tantas?”  2 Reis 9.20-22 
Paz? Que paz pode haver nestas condições?
A  mãe do Rei, era uma tirana,  que não respeitava o pacto de Deus com Israel, havia  mandado assassinar um cidadão para roubar suas terras e perseguido e assassinado os profetas de Deus.
Portanto,  a paz pela qual perguntavam os mensageiros do Rei,  a paz pela qual perguntou o Rei a Jeú, não era a paz legítima.

Dionísio Byler , em seu livro Jesús y la no violência, afirma que na perspectiva de Jeú e do profeta Eliseu, que o havia ungido como Rei em lugar de Jorão, muito à margem da existência ou não de guerra , não havia paz no Reino.

Muitos governantes da atualidade proclamam que seus países estão em paz quando na verdade as condições internas da nação não são de paz autêntica.

Que paz vivemos no Brasil, por exemplo, onde tantos  governantes vivem  vidas abastadas, enriquecem suas  famílias com o dinheiro público,  sempre envolvidos ou tentando escapar de escândalos de corrupção, oprimem a população com pesados impostos,  desviam verbas da educação, da saúde e deixam os pobres morrerem à míngua nas filas dos hospitais. Isso é paz?  

Se algum de nossos governantes perguntasse a um Jeú: Há paz Jeú? Certamente ele responderia:
- Que paz, enquanto as pessoas estão morrendo sem atendimento nas filas dos hospitais;  enquanto tantas crianças desnutridas, sem acesso à saúde e educação;  enquanto mendigos sendo incendiados vivos por jovens da classe média ... ?


Que paz é essa? Não , essa não é a paz proclamada por Deus  e pelas escrituras sagradas.

Busquemos,  portanto, a legítima paz!


Claudio D. Pereira

domingo, 18 de agosto de 2013

Maravilhosa Graça

Linda música  sobre  o Perdão.
Só alcançamos perdão  pela Graça
Vivamos em paz  com Deus!
Claudio Divino Pereira


sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Como mostrar amor em meio aos conflitos (parte 4)



Muitos leitores podem estar achando muito radicais  as propostas para resolução ou transformação  de conflitos, apresentadas nos artigos  anteriores.  Estou convicto que está fora do padrão normal adotado pela nossa sociedade, e até  na maioria das igrejas, mas não são impossíveis de serem praticadas.

Então  vamos recapitular as propostas:

Primeiro : jamais deveríamos encarar nossas diferenças  com nossos irmãos  sem tristeza e lágrimas;
Segundo: quanto maior a diferença maior deve ser o amor
Terceiro: Sofrer o dano
Quarto: Discutir o problema  com o desejo de resolvê-lo e não de sair vitorioso

Pois eu lhes digo que quem experimentar agir dessa forma  vai achar uma tal liberdade na alma, uma leveza de espírito, um bem estar espiritual  profundo  e  provavelmente vai se sentir  mais esperançoso com a humanidade, como nunca antes se sentiu.   

Mas os desafios não param por aí. Schaeffer nos apresenta a quinta  e última maneira de mostrar amor em meio aos conflitos:

Quinto:  Mostrar o amor de Cristo
Esta é a maneira de mostrar amor prático é visível ao mundo: amando como Cristo amou; isto é, com amor incondicional. Jesus  fez  uma entrega radical  de si  mesmo; até  a morte , e morte de Cruz. Morrendo por quem não merecia, pois morreu para salvar homens e mulheres pecadores, e  que pelo conceito da palavra pecado (errar o alvo),  já estavam  errados.  Jesus era chamado pejorativamente pelos adversários como "amigo de pecadores".

Quem disse que você deveria amar as pessoas certas, estava errado! 
Pois devemos amar a todos: aos certos e aos errados.
 Isso não significa concordar ou compactuar dos erros das pessoas; 
mas deixar  claro que as amamos apesar de seus erros.

Se pudermos amar uma pessoa,  mesmo que o erro dela tenha nos prejudicado,
então estamos amando com o amor de Cristo.
Se formos de encontro a  alguém que nos ofendeu  e  procuramos dialogar e resolver a questão em paz, 
então amamos com o amor de Cristo.
Se perdoamos mesmo que tenhamos sido prejudicados,
manifestamos o amor de Cristo ao mundo.
Isso é amor visível, palpável, prático.
 isso mostra  que colocamos em prática o que que cremos.
 
Os cristãos tem a tendência de gastar muito tempo discutindo suas doutrinas, mas se esquecem que   não é pelas nossas doutrinas que o mundo vai  crer  que somos de Cristo;  mas sim pela vida de paz e unidade, até mesmo, nas diferenças.

Portanto, " amados, amemo-nos uns aos outros"

Artigos  baseados no livro  A Marca do Cristão , ( original The Mark of th e Christians),   publicado pela Editora Abba Press, de Francis  Schaeffer , citado por John Drescher  na série Fruto do Espírito, da United Press,   

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Como mostrar amor em meio aos conflitos (parte 3)



Nos artigos anteriores  vimos que  não  negar   a existência dos conflitos é o primeiro passo para enfrentá-los e  transformá-los em oportunidades.

 E baseados no livro  A Marca do Cristão , (do original The Mark of th e Christians),   publicado pela Editora Abba Press, de Francis  Schaeffer    vimos  três maneiras de 

Como podemos mostrar  amor  uns aos outros mesmo em meio a divergências:





Primeiro : jamais deveríamos encarar nossas diferenças  com nossos irmãos  sem tristeza e lágrimas;
Segundo: quanto maior a diferença maior deve ser o amor
Terceiro: Sofrer o dano.

Hoje veremos a quarta maneira de mostrar amor  em meio aos  conflitos, ou problemas de relacionamento em geral:

Quarto: Discutir o problema  com o desejo de resolvê-lo e não de sair vitorioso
SChaeffer afirma que o que  a pessoa precisa quando está  envolvida num conflito  é uma solução  e não uma vitória. 

Ricardo Esquivia, um palestrante anabatista colombiano,  gostava de utilizar o exemplo abaixo para ilustrar essa atitude de buscar as reais  necessidades  e não  a vitória, em um conflito:
Duas pessoas estão em conflito  por causa  de um  coco. 
E começam a disputar o fruto;  e um deles diz:
- É meu,  porque eu vi primeiro!
O outro responde:
- Mas eu peguei primeiro!
E, agarrados ao coco  começam  a puxar e empurrar;   e o conflito  só vai aumentando.  Até que um deles se lembra de perguntar:
- Pra que mesmo que você quer esse coco?
E o outro responde:
- Quero a água pois me serve de remédio.
Ao que o outro responde:
- Ah! Então tá resolvido!  Eu só gosto  da polpa; eu ia jogar a água fora mesmo!
Assim resolveram o conflito quando alguém lembrou de perguntar qual a necessidade  do outro .  Enquanto  mantiveram um espírito  de disputa pra ver quem vencia, não havia solução.  
No caso do coco os dois saíram satisfeitos. Ambos ganharam.

Assim são  muitas questões na nossa vida. Nós precisamos ouvir o que a outra parte  realmente  quer; o que ela precisa de verdade;  quais as suas reais necessidades.  E   nós também  precisamos expor as nossas reais necessidades com clareza. Deixar  o orgulho  de lado,  e ser humildes  pra buscar o diálogo é fundamental.

Qual é o coco que você tá em conflito (disputando)  com alguém?


Continua no próximo artigo.  

segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Como mostrar amor em meio aos conflitos (parte 2)


No artigo anterior vimos que  não  negar   a existência dos conflitos é o primeiro passo para enfrentá-los e  transformá-los em oportunidades. E baseados no livro  A Marca do Cristão , (do original The Mark of th e Christians),   publicado pela Editora Abba Press, de Francis  Schaeffer    vimos  duas maneiras de 

Como podemos mostrar  amor  uns aos outros mesmo em meio a divergências:


Primeiro : jamais deveríamos encarar nossas diferenças  com nossos irmãos  sem tristeza e lágrimas;
Segundo: quanto maior a diferença maior deve ser o amor

E deixamos esse desafio: sentir tristeza  e chorar  pelos problemas de divergências com nossos irmãos  e começar  a orar seriamente  pela situação.

 Hoje veremos mais uma maneira  que Schaeeffer  propõe para enfrentar positivamente os conflitos:

Terceiro: Sofrer o dano.
Demonstrar amor prático em meio a um dilema, mesmo que isso seja  muito difícil. Se você é um cristão e enfrenta um problema de relacionamento com outra pessoa,  ou grupo,  deve  cumprir o conselho do apóstolo Paulo em I Coríntios 6.1-7, ou seja, se for preciso deve "sofrer a perda", em vez de destruir a unidade visível  dos cristãos. Ao invés de  retardar  a solução  do problema, seja de que natureza  for, devemos estar prontos para nos humilharmos, pedir perdão,  e abrir  mão até  de bens materiais para encontrar um acordo para os casos.

Ao invés  de irmãos  em cristo  levarem  suas demandas  para os tribunais devem, isto sim,  buscar a conciliação entre eles mesmos;  se for o caso  devem permitir  que a sua comunidade de fé os apoie para encontrar  a solução; mas sempre evitar levar os casos  para os tribunais seculares. 

Irmãos em Cristo que cortam  seus  relacionamentos devido aos conflitos ou deixam  suas causas irem  aos tribunais estão  fracassando  na unidade visível  da igreja e  não demonstram amor para os não crentes.

Esse passo  também é  desafiador, mas  a vida cristã  é sempre um desafio.  Mas o vale o esforço na nossa procura da paz. 

Continua no próximo artigo. 





domingo, 11 de agosto de 2013

Como mostrar amor em meio aos conflitos (parte 1)

Jesus e a Samaritana: conflito étnico e religioso

Não  negar   a existência dos conflitos é o primeiro passo para enfrentá-los em transformá-los em oportunidades. Se você tem um conflito com alguém leia o texto abaixo  com muita atenção.

Francis A. Schaeffer  vai nos mostrar cinco maneiras cristãs de encarar nossos  problemas  ou diferenças com os demais .

Primeiro falemos um pouquinho sobre Schaeffer.  Ele  nasceu na Pensilvânia, nos Estados Unidos, e freqüentou o Faith Theological Seminary, graduando-se em 1938. 

Pastoreou muitas igrejas na Pensilvânia e no Missouri. Em 1940, portanto durante a II Grande Guerra, viajou pela Europa através do Concílio Mundial de Igrejas, e viu grande necessidade espiritual em toda a região; e, como resultado disso, mudou-se para Lausanne, na Suíça, em 1948, após a guerra.

Enquanto vivia por lá, Schaeffer tornou-se uma espécie de “missionário para os jovens”. Isso porque ele viu que as igrejas não sabiam se comunicar com a juventude e nem tinham resposta para as questões dos moços daqueles dias.

Em um de seus livros, A Marca do Cristão , (do original The Mark of th e Christians),   publicado pela Editora Abba Press,  Schaeffer    fala  :

Como podemos mostrar  amor  uns aos outros mesmo em meio a divergências:

Primeiro : jamais deveríamos encarar nossas  diferenças  com nossos irmãos  sem tristeza e lágrimas

Infelizmente muitos cristãos  tem satisfação  em descobrir  e divulgar os erros  dos outros. Esse espírito de discórdia revela  que muitos "querem ver sangue"; e não revela amor a Deus e aos irmãos. Apóstolo Paulo nos admoesta em Galatas 6.1  para agirmos com espírito de brandura , levando em conta que nós também podemos tropeçar.

Segundo: quanto maior a diferença maior deve ser o amor

Quanto maior a diferença entre nós e nossos irmãos, mais amor devemos demonstrar para que o mundo veja um "amor vísivel"  entre os cristãos. Mas o que geralmente  se vê  é o contrário : quanto maior a diferença  maior  o ódio.  Na verdade  quanto mais séria a divergência que temos com alguém,  maior deveria ser a necessidade de tempo de oração e de orientação do Espírito Santo. 

Creio que esses dois pontos já dá pra irmos praticando em nosso vida pessoal:  sentir tristeza  e chorar  pelos problemas de divergências com nossos irmãos  e começar  a orar  seriamente  pela situação. 
É um desafio. Quem aceita?

Próxima postagem  continua com  outros três passos para enfrentarmos  nossos conflitos. Até lá. 


sábado, 10 de agosto de 2013

Como experimentar paz apesar das circunstâncias?


Banquete dos pobres

Mesmo diante do fracasso é possível ter paz?


A resposta é sim.  Mas não uma paz conseguida  em pessoas , não uma paz superficial.  Mas sim uma paz de Deus que pode ser derramada em nossos corações  pelo Espírito Santo.

A paz de Deus  é a que permanece  apesar das circunstâncias .







"Assim como os amortecedores do carro não removem as pedras das rodovias irregulares, tampouco Cristo remove as dificuldades e desapontamentos de nossas vidas . Mas  Ele e Sua paz dentro de nós possibilitam que viajemos pelas estradas pedregosas da vida com paz no coração, com segurança e alegria"

Diz o salmista ao seu  Deus:
 "Tu guardarás em perfeita paz  aquele cujo propósito é firme; porque ele confia em Tí."
Segundo o escritor John Drescher,  essa paz de que  fala o salmista, portanto, não se obtém de forma egoísta; não a temos quando pensamos mais em nós mesmos e nos esquecemos dos semelhantes. Não se consegue a paz real quando colocamos nossos interesses em primeiro lugar.

O Salmista diz que o segredo da paz é centralizar nossas mentes em Deus - quem é Ele, qual a sua vontade e procurar fazer a vontade Dele, não a nossa. O resultado é uma vida de alegria.

Disse Jesus: No mundo passais por aflições;  mas tende  bom ânimo, eu  venci o mundo (Jo 16.32-33)




sábado, 3 de agosto de 2013

MAS O QUE É PAZ ? (parte 2)

Eu e Sophia, num dia de Paz


"Como fruto do Espírito, a paz não é apenas, ou primariamente, um relacionamento pessoal entre Deus e Nós. Não é a separação dos cuidados e preocupações da vida.  Paz, no sentido bíblico, é o relacionamento correto em todas as esferas da vida, com Deus e com as pessoas.”   John Drescher

A saudação judaica  familiar e amiga, usada no velho testamento, Shalom,  traduzida por paz  em português, possui um sentido mais amplo do que damos à palavra Paz  na cultura brasileira. 

Shalom é uma Prece de esperança de que tudo esteja bem.
Se você deseja  com sinceridade que alguém,  querido seu, esteja bem  de saúde física e mental; e  se você o ama a ponto de lhe desejar  que ele esteja bem em tudo na vida e deseja sinceramente que seus projetos sempre sejam  bem sucedidos, então você poderia  saudar essa pessoa com Shalom. Essa palavra é uma prece de esperança  de que tudo esteja bem.

No seu sentido mais profundo, para alguém possuir a shalom  deveria   "ser completo, estar  repleto ou pleno" . Portanto, uma pessoa íntegra, completa, e  que caminha no caminho da justiça, do bem, essa pessoa poderia alcançar a verdadeira paz.  É uma conquista espiritual.

Shalom, portanto,  não é apenas ausência de guerras ou de problemas, ou de dificuldades na vida. Pois mesmo enfrentando graves problemas  de desemprego  ou enfermidade incurável, por exemplo, mesmo assim quem possui a shalom  não entra em desespero, não desanima da vida, mas continua tendo esperança.  Isso não é só paz  circunstancial,  é paz interior. Você  mesmo talvez conheça alguém que apesar de viver em condição social  de pobreza,  que não possui roupas novas, que vive em residências sem o mínimo conforto,  mas que demonstram muito mais alegria de viver do que muita gente  da classe média alta, que  teria tudo pra ser mais feliz. A explicação não é meramente uma questão de temperamento, ou seja,  se alguém é extrovertido e expansivo  ele vai demonstrar  alegria , mesmo passando por dificuldades. Trata-se , na verdade  de entender aonde buscamos nossa paz; qual a nossa fonte.

 Qual a fonte  da sua  paz?

O que chamamos de paz interior,   independe  do que possuo ou do que conquistei na vida; mas depende de onde alimento minha alma  e minhas  emoções, e de quais  bases que utilizo para tomar minhas decisões  na vida.

Deus é chamado na Bíblia  de "o Deus de paz". Ele é fonte  de toda Shalom. 
O Apóstolo Paulo escreveu aos Coríntios : 
"vivei em paz  e o Deus de amor e de paz  estará  convosco" 2 Co 13.11

O Novo Testamento traz boas novas de paz, pois mostra que a paz tem fontes determinadas.
A primeira fonte da paz é a fé . Em primeiro  lugar: a paz vem de crer.  Se  alguém  não está em paz  essa pessoa precisa rever sua fé.

Escrevendo aos romanos Paulo afirmou : "Que o Deus da esperança os encha de toda alegria e paz, por sua confiança nele, para que vocês transbordem de esperança, pelo poder do Espírito Santo." Rm 15.13.


Espero, portanto, que a fé  de todos que me leem  seja uma fé operante. Ou seja, uma crença que se converte em ação. Pois a  paz perfeita, a paz  real,  está a disposição daqueles que fundamentam suas vidas sobre a grande obra de reconciliação de Deus em Cristo. Pois ao vir a este mundo, em forma de homem, Deus derrubou a parede de separação nos afastava dele mesmo, promovendo, através do sacrifício de Jesus Cristo,  a paz entre Deus e os homens.

Além disso a paz é um dom de Jesus aos seus seguidores. João, o apóstolo, deixou registrada as seguintes palavras de Jesus  no capítulo quatorze do evangelho de João:  
Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou . 

Experimente essa paz de Deus.

Muita paz a todos. Shalom!

(comentários do autor, baseados no livro Fruto do Espírito - Paz, de John Drescher)