O
tamanho das manifestações surpreendeu o
governo e até a alguns movimentos organizadores das passeatas contra o governo
Dilma no ultimo domingo, dia 15/03. Felizmente, com
raros incidentes, a manifestação transcorreu pacífica em todas as cidades.
Os
números variam dependendo da fonte que pesquisamos, mas a maioria dos jornais
deu uma média de 1,5 a 1,7 milhões de
brasileiros marchando em protesto.
Cientistas políticos observaram que foi um
movimento da classe média brasileira. Isso já torna surpreendente tais manifestações,
pois é coisa rara a classe média se manifestar. E se o fez, desta vez, não foi somente devido aos escândalos de corrupção
na Petrobras , levantadas pela operação Lava Jato. A classe média foi às ruas, principalmente, devido ao arrocho econômico e com um claro sentimento antipetista
que cresce dia a dia, e não apenas na
classe média, mas a classe trabalhadora em geral, mostra enorme descontentamento
com os rumos que o governo vem dando à economia.
Observou-se
que o movimento não foi focado em uma só questão mas variava desde grupos que faziam o pedido de
Impeachment da presidente, até alguns grupos que trouxeram faixas de pedido de intervenção
militar para acabar com a corrupção.
Aqui
em Brasília:
No quintal da Presidente Dilma,
a ocupação da esplanada dos ministérios, e a marcha rumo ao Congresso Nacional
por cerca de 45 mil pessoas, segundo estimativa oficial, é bastante simbólica. O povo
vai diante do centro das decisões politicas para protestar. Que pena que
foi domingo, se fosse em dia de
trabalhos legislativos, talvez os políticos presentes no Congresso
pudessem sentir mais de perto
o clamor das ruas e sentir a pressão popular.
No
caso de nossa cidade, a insatisfação com ex-governador
petista Agnelo pode ter levado
ainda mais pessoas às ruas.
A agencia BBC Brasil
publicou em seu site a opinião de diversos cientistas políticos, e entre
eles Leonardo Barreto (da UnB). Segundo Barreto os numeros da manifestação
foram inflados pela insatisfação com o último governo do DF, de Agnelo Queiroz
(PT), que deixou dívidas de R$ 4 bilhões para a nova gestão de Rodrigo
Rollemberg (PSB).
"A experiência do governo estadual ajudou aumentar essa crise. Não que o sentimento anti-PT não existisse, mas foi potencializado. A corrupção é interessante, porque pessoas que possuem postura ideológica contra o governo usam a corrupção para ocultar essa ideologia. A bandeira da ética ajuda muito a camuflar essa ideologia."
Barreto ressalta que a manifestação em Brasília foi ainda
mais significativa por reunir um grande número de pessoas contra o governo em
sua própria "casa". Mas, segundo ele, a pressão seria bem maior se
tivesse acontecido em um dia de semana.
"Está acontecendo no quintal da sua casa, então você
se sente mais pressionado. Mas acredito que, se tivesse acontecido em dia de
sessão (no Congresso), seria uma repercussão maior. Eles (parlamentares)
estariam aqui", destacou Barreto.
"Lembro que, nas manifestações de 2013, conversei
com alguns deputados e eles disseram que se sentiram acuados mesmo, que ficaram
com medo da pressão popular”
Novas manifestações estão marcadas para próximo mês de Abril. Até lá, se
o governo não tomar alguma medida que volte atrás no arrocho aos
trabalhadores, esse número de
manifestantes poderá aumentar ainda
mais, pois não será apenas a classe média a se manifestar, mas as classes mais
baixas vao engrossar essas fileiras.
Mas torcemos e oramos para que o clima de
paz continue presente nas manifestações.
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