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domingo, 8 de março de 2015

Dia da Mulher - A Espiritualidade da Mulher



A espiritualidade da mulher  é pouco lembrada no chamado  dia internacional da mulher,   oito de março.

Mulheres tem uma capacidade especial de suportar a dor e o privilégio de serem mães . Desenvolvem uma espiritualidade protetora que combina tão bem com o instinto materno. Querem tanto o bem dos filhos e filhas e marido que recorrem  a Deus para protegê-los quando elas não podem estar por perto. São elas as que mais investem tempo em intercessão pelas suas famílias, igrejas e obras missionárias  da igreja de Cristo.  Mulheres  estão  em maior número nos campos missionários. Em locais onde o governo proíbe o anúncio do evangelho elas conseguem fazer este trabalho como voluntárias ou profissionais  de enfermagem, servindo em escolas e creches, lares para idosos, abrigos diversos.  Mulheres se sacrificam muito pelo Reino de Deus; e o fazem com amor.

Neste século vinte e um, as missionárias continuam desafiando as ameaças de morte em diversos  países onde os cristãos são perseguidos e temos muitas mártires em nosso século a semelhança de suas antecessoras na história do cristianismo.

Quero lembrar as mulheres mártires anabatistas.  Durante o período da reforma protestante na Europa:
“Os anabatistas do século dezesseis foram obrigados a levar a cabo a missão à margem das leis vigentes.  Não apenas sobreviveram na clandestinidade, mas se atreveram a evangelizar sob condições extremamente adversas.  Os locais  de trabalho chegaram a ser contextos prediletos para esta atividade. Sob estas condições difíceis, as mulheres foram muitas vezes as evangelistas mais efetivas. A terça parte dos mártires anabatistas foram mulheres”. (1)
 As esposas dos condenados à morte continuavam a apoiá-los, antes e durante as execuções  para que não negassem a sua fé em Cristo, mesmo diante da tortura e da morte.

Uma das mártires daquele século foi a esposa de Michael Sattler, ex-abade beneditino que se tornou anabatista.

Ao sair da ordem católica beneditina  e mesmo antes de unir-se aos anabatistas, Sattler,  casou-se com uma moça convertida ao protestantismo, ex-freira, da qual poucas informações nós temos hoje, mas as que possuímos mostram como aquela mulher foi firme na sua fé e tornou-se uma das primeiras mártires da reforma radical, Anabatista:

O casal Sattler aderiu aos anabatistas. Mas a igreja aliada ao estado capturou o casal : foram  presos e condenados à morte, por suas crenças em Cristo; acusados de hereges por aderirem aos anabatistas e não aceitarem, entre outras coisas,  o batismo infantil . Michael Sattler foi torturado e queimado vivo numa estaca.

Durante os oito dias seguintes à morte do marido aquela mulher  foi coagida e ameaçada de morte caso não se retratasse com as autoridades.  Outros homens e mulheres, presos como ela, se retrataram em Rottemburg e renunciaram, com dois dedos postos na bíblia , afirmando  que o batismo infantil está correto e que o sangue e a carne de Cristo estão sim nos sacramentos,   nos elementos da Ceia,  que a igreja romana está correta. Estes que renunciaram foram libertos. Mas a esposa de Sattler não se retratou e nem renunciou suas crenças.

Numa quarta-feira, aquela  mulher foi levada ao rio Neckar, Alemanha, onde foi executada por  afogamento. Milhares de pessoas testemunharam que  foi com grande gozo e forte fé que ela aceitou e sofreu a morte.  (2)

O testemunho e o martírio fazem parte do caminho da cruz, escolhido por Cristo e por tantas seguidoras que com seus exemplos de discípulas de Cristo enchem o mundo de mais amor, esperança, fé e muita coragem. 

(                    (1) Driver, John . Comunidades  Radicais:  Espiritualidade Crista de ontem para hoje. Rio de Janeiro: Novos Diálogos,  2011.
(                                 (2)  Dyck, Cornélius J. Uma introdução à História Menonita. Campinas,SP: Cristã Unida


(

2 comentários:

  1. Ainda não sei o que mais nos espera no desafio a nossa fé cristã , mas Deus reservou esse tema no dia de ontem para falar de mulheres sofredoras pela causa do evangelho e com certeza não foi somente em Sergipe e Brasília. Essa foi a sua voz no dia de ontem. Mulheres como essas, são nosso maior estímulo de fé e renúncia!
    Parabéns Pr Cláudio!

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