"Então, disse Maria: A minha alma engrandece ao Senhor,e o meu espírito se alegrou em Deus, meu Salvador,porque contemplou na humildade da sua serva. Pois, desde agora, todas as gerações me considerarão bem-aventurada, porque o Poderoso me fez grandes coisas. Santo é o seu nome.A sua misericórdia vai de geração em geração sobre os que o temem.Agiu com o seu braço valorosamente; dispersou os que, no coração,alimentavam pensamentos soberbos .Derribou do seu trono os poderosos e exaltou os humildes.Encheu de bens os famintos e despediu vazios os ricos....." Lucas 1.46-53
Esse texto é considerado um cântico. Chamado de Magnificat devido à primeira palavra
do texto em Latim. A narrativa de Lucas é surpreendente pelo cunho social
apresentado nas palavras de Maria.
O trecho acima foi recitado por
Maria após a jovem receber uma revelação de que ficaria grávida
e que daria à luz o messias
prometido por Deus, o Salvador.
A seguir, segundo Lucas, Maria vai visitar Isabel, sua prima e logo ao entrar
na casa comunica sua gravidez recitando estas palavras que de certa forma são
revolucionárias. Quem imaginaria que uma menina de família pobre, do interior, tivesse a capacidade de proferir tais palavras.
Embora esta passagem bíblica seja
muito usada pelos cristãos ao longo do ano em suas liturgias, a mim me parece
um texto especial quando nos aproximamos
da noite que se comemora o Natal.
Lucas parece ter um interesse especial
pelos pobres e por outros grupos marginalizados. Aqui no Maginificat lemos : “
(Deus) encheu de bens os famintos e
despediu vazios os ricos”.
Desde o início o evangelista quer apresentar um Jesus e sua mensagem como a “esperança dos pobres” .
Nesse evangelho Jesus é descrito
como alguém que se relacionava com as pessoas sofredoras, perturbadas,
doentes, coletores de impostos, pecadores e até com as mulheres – ultrapassando a barreira social
e religiosa da sociedade patriarcal de sua época.
Jesus, esse mesmo que em dezembro se
comemora seu nascimento em todo o mundo ocidental e em diversos países do Oriente
e Ásia, demonstrava uma extraordinária compaixão pelos marginalizados, a qual
sua igreja é chamada a imitar.
Mas, será que o estamos imitando?
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