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terça-feira, 23 de abril de 2013

Pela Paz, contra a torpeza da guerra



No poema abaixo   Paz é vista como uma porta que se abre para deixar  a vida passar. 

Vida, tantas vezes  represada  pela  violência.  
Só a paz pode abrir  essas represas e deixar a vida seguir seu curso, como um rio.

Sem paz não há vida! Vida no sentido pleno, no mesmo sentido que  Jesus
nos ofereceu,  a Vida abundante.

O Poema abaixo, da escritora  portuguesa, Natália Correia,  consegue retratar de forma excelente  a importância  da Paz para a verdadeira Vida.

                                                                                                               Claudio Divino Pereira


Ode à Paz

Pela verdade, pelo riso, pela luz, pela beleza, 
Pelas aves que voam no olhar de uma criança, 
Pela limpeza do vento, pelos actos de pureza, 
Pela alegria, pelo vinho, pela música, pela dança, 
Pela branda melodia do rumor dos regatos, 

Pelo fulgor do estio, pelo azul do claro dia, 
Pelas flores que esmaltam os campos, pelo sossego dos pastos, 
Pela exactidão das rosas, pela Sabedoria, 
Pelas pérolas que gotejam dos olhos dos amantes, 
Pelos prodígios que são verdadeiros nos sonhos, 
Pelo amor, pela liberdade, pelas coisas radiantes, 
Pelos aromas maduros de suaves outonos, 
Pela futura manhã dos grandes transparentes, 
Pelas entranhas maternas e fecundas da terra, 
Pelas lágrimas das mães a quem nuvens sangrentas 
Arrebatam os filhos para a torpeza da guerra, 
Eu te conjuro ó paz, eu te invoco ó benigna, 
Ó Santa, ó talismã contra a indústria feroz. 
Com tuas mãos que abatem as bandeiras da ira, 
Com o teu esconjuro da bomba e do algoz, 
Abre as portas da História, 
                               deixa passar a Vida! 

Natália Correia, in "Inéditos (1985/1990)", Portugal




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