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quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Bater de Frente Não é a Única Opção



Há pessoas  que gostam  de  “bater de frente”. São gente boa com  todo mundo,  mas se  pisam  no seu calo, ficam transtornados. Tem aquele ou aquela que quando recebe uma fechadinha no trânsito, parece que vai ter uma ataque cardíaco  de tanto ódio,  xingamentos, buzinadas e a coisa  fica feia.  Se o chefe diz à uma pessoa irritadiça  que  precisa melhorar no trabalho, vira bicho!. Se recebe uma exortação na igreja, para melhorar o comportamento,  prefere pular para outra congregação,  ou passa a ser inimigo  daquele que o exortou,  pois não gosta  de "levar desaforo pra casa". Não querem se humilhar.

O problema é que,  pra  consertar os estragos de uma batida  de frente,  o custo é muito alto. Já custou, ao longo da história:  uma amizade,  uma sociedade de negócios,  uma carreira, um casamento... e algumas  vezes  a vida de muitas pessoas, e até uma guerra.

Não podemos  evitar  cem por cento de conflitos em nossas vidas, pois é natural que eles existam, mas  todo cuidado é pouco para não acirrar ainda mais os ânimos  e agravar a crise.

Uma lição sobre este tema  pode ser tirada do conflito entre os reformadores  Zwinglio, precursor da Reforma Anabatista, na Suiça  e  Martinho Lutero, reformador alemão, no Século XVI.  É uma  história que encontrei  no Site Maná da Segunda, no texto de Robert Tamasy, sob o título Solução Melhor que dar Cabeçadas. Segundo aquele autor,  as diferenças  de opiniões  entre os dois líderes religiosos  se tornaram  públicas e  o  conflito  só piorava a cada dia . Ulric Zwinglio não sabia mais o que fazer.

 A solução veio da natureza.  Olhando  a encosta da montanha, Zwinglio "observou duas cabras se aproximarem uma da outra numa trilha estreita da encosta, uma subindo e outra descendo. Ao se avistarem, pararam e baixaram as cabeças. Parecia que iriam se desafiar. Entretanto, ao invés de baterem cabeças, a cabra que subia a montanha, abaixou-se na trilha. A outra, que descia, pôde então pisar nas costas da outra e ambas prosseguiram sem qualquer impedimento.

Se as cabras tivessem escolhido dar cabeçadas, uma poderia ter vencido, mas o resultado seria desastroso para ambas. Porém, quando uma se curvou diante da outra, humilhando-se, pôde avançar e atingir lugares mais altos”

A sabedoria das cabras, nos dão uma alternativa  para o famoso “bater de frente”. Um dos animais  simplesmente se  abaixou  brevemente  enquanto o outro, saltou e resolveu a questão. Aquela que queria subir teve que se abaixar.

Servir  é melhor que ser servido. Essa história ilustra bem um dos maiores ensinamentos  que  Jesus  deixou para seus seguidores. Ele exortava  que  se alguém  quer ser grande, precisa  ser humilde, deve ser o menor de todos  e servir  a todos. O evangelista Marcos no capítulo 10, versos  43-45, registra uma explicação de Jesus : que em seu Reino  questões de amor próprio e de status são vistas ao contrário  do que ocorre  no governo  das nações. O próprio  mestre veio para servir  e não para ser servido.

Essa lição das cabras ajudou o reformador Zwinglio em seu conflito com Lutero. Portanto, viver  no modelo deixado pelo mestre Jesus, tira de cena nosso orgulho e altivez e faz evitar  muitas batidas  de “cabeça com cabeça”, não acha?
 

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