Há pessoas que gostam de
“bater de frente”. São gente boa com
todo mundo, mas se pisam
no seu calo, ficam transtornados. Tem aquele ou aquela que quando recebe
uma fechadinha no trânsito, parece que vai ter uma ataque cardíaco de tanto ódio, xingamentos, buzinadas e a coisa fica feia.
Se o chefe diz à uma pessoa irritadiça
que precisa melhorar no trabalho,
vira bicho!. Se recebe uma exortação na igreja, para melhorar o
comportamento, prefere pular para outra
congregação, ou passa a ser inimigo daquele que o exortou, pois não gosta de "levar desaforo pra casa". Não querem se humilhar.
O problema é que, pra consertar os estragos de uma batida de frente,
o custo é muito alto. Já custou, ao longo da história: uma amizade,
uma sociedade de negócios, uma
carreira, um casamento... e algumas
vezes a vida de muitas pessoas, e
até uma guerra.
Não podemos evitar cem por cento de conflitos em nossas vidas,
pois é natural que eles existam, mas
todo cuidado é pouco para não acirrar ainda mais os ânimos e agravar a crise.
Uma lição sobre este tema pode
ser tirada do conflito entre os reformadores
Zwinglio, precursor da Reforma Anabatista, na Suiça e
Martinho Lutero, reformador alemão, no Século XVI. É uma
história que encontrei no Site
Maná da Segunda, no texto de Robert Tamasy, sob o título Solução Melhor que dar Cabeçadas.
Segundo aquele autor, as diferenças de opiniões
entre os dois líderes religiosos
se tornaram públicas e o
conflito só piorava a cada dia .
Ulric Zwinglio não sabia mais o que fazer.
A solução veio da natureza. Olhando
a encosta da montanha, Zwinglio "observou
duas cabras se aproximarem uma da outra numa trilha estreita da encosta, uma
subindo e outra descendo. Ao se avistarem, pararam e baixaram as cabeças.
Parecia que iriam se desafiar. Entretanto, ao invés de baterem cabeças, a cabra
que subia a montanha, abaixou-se na trilha. A outra, que descia, pôde então
pisar nas costas da outra e ambas prosseguiram sem qualquer impedimento.
Se as cabras tivessem escolhido dar
cabeçadas, uma poderia ter vencido, mas o resultado seria desastroso para
ambas. Porém, quando uma se curvou diante da outra, humilhando-se, pôde avançar
e atingir lugares mais altos”
A sabedoria das cabras, nos dão uma
alternativa para o famoso “bater de
frente”. Um dos animais simplesmente
se abaixou brevemente
enquanto o outro, saltou e resolveu a questão. Aquela que queria subir
teve que se abaixar.
Servir
é melhor que ser servido. Essa
história ilustra bem um dos maiores ensinamentos que
Jesus deixou para seus seguidores.
Ele exortava que se alguém
quer ser grande, precisa ser
humilde, deve ser o menor de todos e
servir a todos. O evangelista Marcos no
capítulo 10, versos 43-45, registra uma
explicação de Jesus : que em seu Reino
questões de amor próprio e de status são vistas ao contrário do que ocorre
no governo das nações. O
próprio mestre veio para servir e não para ser servido.
Essa lição das cabras ajudou o reformador
Zwinglio em seu conflito com Lutero. Portanto, viver no modelo deixado pelo mestre Jesus, tira de
cena nosso orgulho e altivez e faz evitar
muitas batidas de “cabeça com
cabeça”, não acha?
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