Bullying, o comportamento agressivo
entre estudantes,
traz sérios prejuízos ao desenvolvimento
de crianças e adolescentes e pode deixar sequelas para toda a vida adulta de
uma pessoa. Pode inclusive trazer problemas de saúde e
levar crianças e adolescentes ao abandono da escola, a portar armas e ao
suicídio.
O ambiente escolar tem sido palco de muita violência.
Preocupação constante de autoridades, pais e professores. Todos desejamos uma
escola de ambiente tranquilo para nossas crianças; um lugar de paz e segurança
onde elas encontrassem espaço apropriado para seu desenvolvimento intelectual e
de caráter. Mas a realidade é bem diferente. A violência escolar é um fenômeno
universal, não é “privilégio” de países
pobres, ou em desenvolvimento.
Existem várias formas de violência
escolar, desde simples rixas até assassinatos e chacinas. Casos extremos tem
acontecido em nosso país, como o de um menino de 12 anos que morreu envenenado
por duas colegas de escola na Grande
Recife, ao comer bolachas envenenadas, em 2011. As meninas de 13 e 14 anos queriam
matar outras duas colegas e
pediram que o garoto lhes
entregasse as bolachas com veneno. O
garoto comeu as bolachas, ao invés de
entregá-las, e acabou morrendo.
Outro caso chocante foi o chamado Massacre de Realengo, Rio, em 2011, no qual um rapaz de 23 anos, ex-estudante
da escola do Bairro de Realengo, invadiu
as salas, armado de dois revólveres, e
matou doze alunos, com idade entre
12 e 14 anos; e ao ser interceptado por um policial cometeu
suicídio. Uma das motivações do massacre teria sido que o assassino fora vítima de bullying naquela mesma
escola.
A
Violência Escolar é um termo amplo e compreende :
“... todos os comportamentos agressivos
e anti-sociais, incluindo os
conflitos interpessoais, danos ao
patrimônio, atos criminosos,
etc. Muitas dessas situações dependem de
fatores
externos, cujas intervenções podem estar
além da competência
e capacidade das entidades de ensino e
de seus funcionários.
(...)
Infelizmente, o modelo do mundo exterior
é
reproduzido nas escolas, fazendo com que
essas
instituições deixem de ser ambientes
seguros,
modulados pela disciplina, amizade e
cooperação,
e se transformem em espaços onde há
violência,
sofrimento e medo.”
Jornal
de Pediatria - Vol. 81, Nº5(supl), 2005
Talvez uma mãe preocupada esteja lendo este artigo e se perguntando:
"será que meu filho tem sido
vítima de Bullying? Tem um garoto na
escola que deu um empurrão nele na hora do intervalo e ele caiu!" Vamos com calma, nem tudo é
bullying.
Afinal, o que é Bullying ?
Por definição, bullying compreende todas
as atitudes agressivas, intencionais e repetidas, que ocorrem sem motivação
evidente, adotadas por um ou mais estudante contra outro(s), causando dor e
angústia, sendo executadas dentro de uma relação desigual de poder.
“O bullying e a
vitimização representam diferentes tipos de
envolvimento em
situações de violência durante a infância
e adolescência.
O bullying diz respeito a uma forma de
afirmação de
poder interpessoal através da agressão. A
vitimização
ocorre quando uma pessoa é feita de receptor
do comportamento
agressivo de uma outra mais poderosa.
Tanto o bullying
como a vitimização têm consequências
negativas
imediatas e tardias sobre todos os envolvidos:
agressores,
vítimas e observadores”
Jornal de Pediatria - Vol. 81,
Nº5(supl), 2005
Portanto são considerados bullying: os apelidos,
agressões físicas repetidas, ameaças, roubos, ofensas verbais, ou expressões e
gestos que geram mal estar nas vítimas; muito utilizados entre meninos.
O chamado bullying indireto são atitudes de indiferença, isolamento e
difamação; mais adotado pelas meninas;
elas adotam essas formas mais sutis e,
portanto, mais difíceis de serem
identificadas.
A faixa etária onde o bullying mais prevalece é entre 11 e
13 anos; e é menos frequente na educação infantil e ensino médio.
Existe, portanto, uma necessidade de
orientar as famílias e a sociedade para o enfrentamento dessa forma mais
frequente de violência juvenil. Infelizmente há uma tendência, por parte de
adultos, pais, professores e funcionários das escolas, em banalizar os ataques
de bullying, considerando como coisa de menor importância, ao pensar: “eles são
crianças, eles que resolvam entre si.” Entretanto não se trata de pequenas rixas
insignificantes
A prevenção do bullying entre estudantes
constitui-se um desafio e uma necessidade para as autoridades,
educadores e principalmente para as famílias.
Nas
famílias os pais devem ficar atentos a estas questões para prevenir que seus filhos não se envolvam
nas práticas de bullying nem como agressores
nem como vítimas. Antes de pensar em acompanhar mais a vida acadêmica
dos filhos nas escolas deveriam, primeiro,
verificar se em casa eles tem apresentado predisposição
para agressividade ou passividade.
Não se pode atribuir ao Estado uma
responsabilidade das famílias. Os pais são os primeiros responsáveis pela
educação de seus filhos. A igreja tem muito a colaborar com ensinos bíblicos
e vivência em comunidade para o crescimento saudável das crianças.
Portanto, os pais que se preocupam com o ensino religioso de seus filhos terão
algumas vantagens nesse processo educativo.
Entretanto, se não se pode transferir
para o Estado a educação dos filhos, do mesmo modo não se deve tentar
transferir para a igreja. A tarefa principal continua sendo da família, da
casa, dos pais.
A vida escolar tem sua dinâmica própria e não adianta a mãe desesperada tentar
proteger seu filhinho
querido desses ataques pois ele, na vivência do dia-a-dia da escola, terá que estar preparado
para enfrentar situações adversas, inclusive o bullyng.
Os
pais deveriam perguntar-se a si mesmo:
será que meu lar está gerando filhos do tipo agressores ou alvos de
bullying? (continua )
como disse, seu artigo ficou muito bem escrito e explicado,,,,ainda mais com a correcao.......
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