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quarta-feira, 8 de maio de 2013

O QUE É BULLYING,E COMO PREVENIR (1ª parte)




Bullying, o comportamento agressivo entre estudantes, traz  sérios prejuízos ao desenvolvimento de crianças e adolescentes e pode deixar sequelas para toda a vida adulta de uma pessoa. Pode inclusive trazer  problemas de saúde  e  levar crianças e adolescentes ao abandono da escola, a portar armas e ao suicídio.

O ambiente  escolar tem sido palco de muita violência. Preocupação constante de autoridades, pais e professores. Todos desejamos uma escola de ambiente tranquilo para nossas crianças; um lugar de paz e segurança onde elas encontrassem espaço apropriado para seu desenvolvimento intelectual e de caráter. Mas a realidade é bem diferente. A violência escolar é um fenômeno universal, não é “privilégio” de países  pobres, ou em desenvolvimento.

Existem várias formas de violência escolar, desde simples rixas até assassinatos e chacinas. Casos extremos tem acontecido em nosso país, como o de um menino de 12 anos que morreu envenenado por duas colegas de escola  na Grande Recife, ao comer bolachas envenenadas, em 2011. As meninas de 13 e 14 anos  queriam  matar outras duas colegas  e pediram que o garoto  lhes entregasse  as bolachas com veneno. O garoto comeu as bolachas, ao invés  de entregá-las,  e acabou morrendo.

Outro caso chocante  foi o chamado Massacre de Realengo, Rio,  em 2011no qual um rapaz de 23 anos, ex-estudante da escola  do Bairro de Realengo, invadiu as salas, armado de dois revólveres, e  matou doze alunos, com idade entre  12 e 14 anos; e ao ser interceptado por um policial cometeu suicídio.  Uma das motivações  do massacre teria sido que o assassino  fora vítima de bullying naquela mesma escola. 

A  Violência Escolar é um termo amplo e compreende :

“... todos os comportamentos agressivos e anti-sociais, incluindo os
conflitos interpessoais, danos ao patrimônio, atos criminosos,
etc. Muitas dessas situações dependem de fatores
externos, cujas intervenções podem estar além da competência
e capacidade das entidades de ensino e de seus funcionários.
(...)
Infelizmente, o modelo do mundo exterior é
reproduzido nas escolas, fazendo com que essas
instituições deixem de ser ambientes seguros,
modulados pela disciplina, amizade e cooperação,
e se transformem em espaços onde há violência,
sofrimento e medo.”  
Jornal de Pediatria - Vol. 81, Nº5(supl), 2005

Talvez uma mãe preocupada  esteja lendo este artigo e se perguntando: "será que meu  filho tem sido vítima  de Bullying? Tem um garoto na escola que deu um empurrão nele na hora do intervalo  e ele caiu!" Vamos com calma, nem tudo é bullying.

Afinal, o que é Bullying ?

Por definição, bullying compreende todas as atitudes agressivas, intencionais e repetidas, que ocorrem sem motivação evidente, adotadas por um ou mais estudante contra outro(s), causando dor e angústia, sendo executadas dentro de uma relação desigual de poder.

“O bullying e a vitimização representam diferentes tipos de
envolvimento em situações de violência durante a infância
e adolescência. O bullying diz respeito a uma forma de
afirmação de poder interpessoal através da agressão. A
vitimização ocorre quando uma pessoa é feita de receptor
do comportamento agressivo de uma outra mais poderosa.
Tanto o bullying como a vitimização têm consequências
negativas imediatas e tardias sobre todos os envolvidos:
agressores, vítimas e observadores” 
Jornal de Pediatria - Vol. 81, Nº5(supl), 2005

Portanto são considerados bullying: os apelidos, agressões físicas repetidas, ameaças, roubos, ofensas verbais, ou expressões e gestos que geram  mal estar  nas vítimas; muito utilizados entre meninos. O chamado bullying indireto são atitudes de indiferença, isolamento e difamação;  mais adotado pelas meninas; elas adotam essas formas mais sutis  e, portanto,  mais difíceis de serem identificadas. 

A faixa etária  onde o bullying mais prevalece é entre 11 e 13 anos; e é menos frequente na educação infantil  e ensino médio.

Existe, portanto, uma necessidade de orientar as famílias e a sociedade para o enfrentamento dessa forma mais frequente de violência juvenil. Infelizmente há uma tendência, por parte de adultos, pais, professores e funcionários das escolas, em banalizar os ataques de bullying, considerando como coisa de menor importância, ao pensar: “eles são crianças, eles que resolvam entre si.” Entretanto não se trata de pequenas rixas insignificantes

A prevenção do bullying entre estudantes constitui-se  um desafio e uma necessidade para as autoridades, educadores  e principalmente  para as famílias.

Nas  famílias os pais devem ficar atentos a estas questões  para prevenir que seus filhos não se envolvam nas práticas de bullying nem como agressores  nem como vítimas. Antes de pensar em acompanhar mais a vida acadêmica dos filhos nas escolas deveriam, primeiro,  verificar se em casa  eles  tem apresentado  predisposição  para agressividade ou  passividade.

Não se pode atribuir ao Estado uma responsabilidade das famílias. Os pais são os primeiros responsáveis pela educação de seus filhos. A igreja tem muito a colaborar com ensinos  bíblicos   e vivência em comunidade para o crescimento saudável das crianças. Portanto, os pais que se preocupam com o ensino religioso de seus filhos terão algumas vantagens nesse processo educativo.

Entretanto, se não se pode transferir para o Estado a educação dos filhos, do mesmo modo não se deve tentar transferir para a igreja. A tarefa principal continua sendo da família, da casa, dos pais.

A vida escolar tem sua dinâmica  própria e não adianta a mãe desesperada  tentar  proteger  seu  filhinho  querido desses ataques pois ele, na vivência  do dia-a-dia da escola,  terá que estar  preparado  para enfrentar  situações  adversas, inclusive o bullyng.

Os pais deveriam perguntar-se a si mesmo:  será que meu lar está gerando filhos do tipo agressores ou alvos de bullying?  (continua )

Um comentário:

  1. como disse, seu artigo ficou muito bem escrito e explicado,,,,ainda mais com a correcao.......

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