Translate

sábado, 31 de agosto de 2013

Alternativas cristãs à violência - 3ª parte



Temos visto, nos artigos anteriores que que não pode haver paz legítima, sem que a justiça social esteja presente. E esse conceito estava presente na pregação dos escritores bíblicos, tanto profetas quanto salmistas. A verdadeira paz, a paz de Deus, é completa para o ser humano e não pode ser uma busca egoísta de segurança familiar  ou apenas  para uma comunidade  em detrimento  das demais pessoas.


No Salmo 85  verso 11 o  salmista escreveu  :
A misericórdia e  a verdade se encontraram;  a justiça e a paz  se abraçaram .

Portanto a paz, apregoada na bíblia  tem um caráter global. 

No  Novo Testamento  quando Jesus  deixa sua carpintaria em Nazaré,  no interior da Galiléia, e passa pregar na capital, sua mensagem consistia de um convite ao arrependimento. Jesus anunciava que nele havia chegado o tempo que  Israel tanto sonhava; havia chegado  o Reino de Deus;  um reino de paz e justiça, no qual não havia espaço para violência, ódio, vingança ou guerras. 

Logo  no início  de seu ministério  ele fazia pregações como esta abaixo, registrada  no evangelho de Lucas:
"E, levantando ele os olhos para os seus discípulos, dizia: Bem-aventurados vós, os pobres, porque vosso é o Reino de Deus.

Bem-aventurados vós, que agora tendes fome, porque sereis fartos. Bem-aventurados vós, que agora chorais, porque haveis de rir.
Bem-aventurados sereis quando os homens vos aborrecerem, e quando vos separarem, e vos injuriarem, e rejeitarem o vosso nome como mau, por causa do Filho do Homem.
Folgai nesse dia, exultai, porque é grande o vosso galardão no céu, pois assim faziam os seus pais aos profetas.
Mas ai de vós, ricos! Porque já tendes a vossa consolação.
Ai de vós, os que estais fartos, porque tereis fome! Ai de vós, os que agora rides, porque vos lamentareis e chorareis!
Ai de vós quando todos os homens falarem bem de vós, porque assim faziam seus pais aos falsos profetas!" (Lc 6.20-26)
 O trecho acima dá  início ao chamado Sermão  do Monte no qual os verdadeiros  filhos de Deus  são convidados  a amar os inimigos, a bendizer os que os amaldiçoassem,  a fazer o bem aos que os odiassem  e orar  pelos seus perseguidores. 
Jesus mesmo  foi o grande exemplo de sua pregação. Em nenhum momento de seu ministério ele agiu com ódio.

Aprendei de Mim a humildade e a mansidão

Uma vez quando pregava ele fez o famoso convite : "Vinde a mim, os que estais cansados e sobrecarregados e eu vos aliviarei. tomai sobre vós o meu jugo  e aprendei de mim que sou manso e humilde de coração e achareis descanso para as vossas almas." (Mt. 11.28)

Portanto, o que deveriam aprender  dele, seus seguidores?
A fazer milagres? Não;
A pregar para grandes multidões? Não;
A andar sobre as águas, como ele andou? Não;
Mas, aprender a serem mansos e humildes de coração; isto sim!

Referindo-se a esta passagem, em seu livro Jesus y la no Violência, Dionísio Byler escreve o seguinte: 
Somente carregamos uma cruz para seguir a Jesus quando, como ele, nos deixamos odiar, insultar,  apanhar e talvez até sermos mortos, sem responder com nada além do amor. 
Certa vez Jesus apresentou um exemplo, um símbolo, de como devem ser os filhos de Deus. (Mt. 18.3)
Que símbolo foi esse, ?  
Não foi nenhuma imagem de escultura, nem uma cruz de madeira ou de metal, nem o grande templo em Jerusalém, nem nome de algum dos patriarcas ou dos profetas de Israel. Mas apontando para um menino que estava por perto disse  que  se alguém quer entrar no Reino de Deus deve ser humilde como uma criança. 

Essa é a imagem do cristão: um menino indefeso por natureza, simples, humilde, que não sabe guardar rancor, que não alimenta ódio em seu coração.

Nesses tempos de mega-igrejas em cada bairro das cidades brasileiras e de membros de igrejas que se acham super-crentes, e que acham que devem ser respeitados porque são numerosos e prósperos,  seria bom reler os textos citados acima e meditar sobre o que Deus deseja de nós.

A todos  os leitores:
Graça, Misericórdia e Paz.













Nenhum comentário:

Postar um comentário