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sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Alternativas Cristãs à Violência - 1ª parte


A chamada lei de talião, do Oriente Médio, é resumida pela frase :
 "Olho por olho, dente por dente" .
Este é um princípio de aplicação de justiça pelos povos da antiguidade com o intuito de impedir a retaliação desproporcional.
Foi  também utilizado por Moisés, líder do povo de Israel, para assegurar que a vingança não fosse exagerada, diante de danos e prejuízos, como registra o escritor de Êxodo, no cap 22.

Esse princípio mostra a preocupação das nações com a violência desde os povos antigos. Preocupação de aplicar uma pena justa a cada crime.

Mas os profetas do Israel antigo também estavam preocupados com outro tipo de violência; aquela  que não era necessariamente agressões e danos pessoais entre os cidadãos, como veremos abaixo.

O conceito de Paz  na Bíblia
Os diálogos abaixo, entre o emissário do Rei Jorão e  o líder Jeú, opositor ao rei,    mostram que o conceito de paz, para os profetas de Israel, não era apenas ausência de guerra. Portanto, o país não estava em guerra, mas não havia paz em Israel devido aos erros da realeza,  que causavam perseguição religiosa , enormes injustiças e  forte  opressão social:
"E o atalaia estava na torre de Jezreel, e viu a tropa de Jeú, que vinha, e disse: Vejo uma tropa. Então disse Jorão:-Toma um cavaleiro, e envia-lho ao encontro;  diga:Há paz?E o cavaleiro lhe foi ao encontro, e disse:- Assim diz o rei: Há paz? E disse Jeú:- Que tens tu que fazer com a paz? Passa-te para trás de mim.(...) E aparelharam o seu carro. E saiu Jorão, rei de Israel, e Acazias, rei de Judá, cada um em seu carro, e saíram ao encontro de Jeú, e o acharam no pedaço de campo de Nabote, o jizreelita.E sucedeu que, vendo Jorão a Jeú, disse:- Há paz, Jeú? E disse ele:
 - Que paz, enquanto as prostituições da tua mãe Jezabel e as suas feitiçarias são tantas?”  2 Reis 9.20-22 
Paz? Que paz pode haver nestas condições?
A  mãe do Rei, era uma tirana,  que não respeitava o pacto de Deus com Israel, havia  mandado assassinar um cidadão para roubar suas terras e perseguido e assassinado os profetas de Deus.
Portanto,  a paz pela qual perguntavam os mensageiros do Rei,  a paz pela qual perguntou o Rei a Jeú, não era a paz legítima.

Dionísio Byler , em seu livro Jesús y la no violência, afirma que na perspectiva de Jeú e do profeta Eliseu, que o havia ungido como Rei em lugar de Jorão, muito à margem da existência ou não de guerra , não havia paz no Reino.

Muitos governantes da atualidade proclamam que seus países estão em paz quando na verdade as condições internas da nação não são de paz autêntica.

Que paz vivemos no Brasil, por exemplo, onde tantos  governantes vivem  vidas abastadas, enriquecem suas  famílias com o dinheiro público,  sempre envolvidos ou tentando escapar de escândalos de corrupção, oprimem a população com pesados impostos,  desviam verbas da educação, da saúde e deixam os pobres morrerem à míngua nas filas dos hospitais. Isso é paz?  

Se algum de nossos governantes perguntasse a um Jeú: Há paz Jeú? Certamente ele responderia:
- Que paz, enquanto as pessoas estão morrendo sem atendimento nas filas dos hospitais;  enquanto tantas crianças desnutridas, sem acesso à saúde e educação;  enquanto mendigos sendo incendiados vivos por jovens da classe média ... ?


Que paz é essa? Não , essa não é a paz proclamada por Deus  e pelas escrituras sagradas.

Busquemos,  portanto, a legítima paz!


Claudio D. Pereira

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